Na manhã desta quarta-feira (9) a Academia Real das Ciências da Suécia, em Estocolmo, anunciou a entrega do Prêmio Nobel de Química de 2024, que será dividido entre o americano David Baker e os britânicos Demis Hassabis e John M. Jumper pelo desenvolvimento de ferramentas de design e predição de proteínas humanas.
Metade do prêmio foi concedido a Baker, pelo design computacional de novas proteínas, enquanto a outra metade será dividida entre Hassabis e Jumper, pelo desenvolvimento de algoritmos capazes de prever a estrutura tridimensional dessas moléculas com base na sequencia de aminoácidos.
O design dessas moléculas é de extrema importância em diversas áreas da química, mas é de especial interesse para o desenvolvimento de fármacos, por exemplo, capazes de atingir alvos específicos no corpo humano.
A predição de proteínas, por outro lado, é um campo que apresentou resistência, devido a dificuldade de compreender exatamente como cada unidade que forma essas moléculas interagem entre si. O uso de inteligência artificial e aprendizado de maquina, laureados com o Nobel de Física, permitiu que as ferramentas desenhadas com esse objetivo atingissem uma precisão enorme, impulsionando o desenvolvimento científico.
O prêmio simbólico é acompanhado de uma gratificação financeira de 11 milhões de coroas suecas (equivalente a 5,8 milhões de reais). Os laureados são convidados a receber seus prêmios em cerimônias em 10 de dezembro, o aniversário da morte de Alfred Nobel, patrono da premiação.
Como o vencedor do Prêmio Nobel é escolhido?
No caso do prêmio de Química, a Academia Sueca é responsável pela seleção dos laureados. A entidade nomeia um corpo de trabalho, o Comitê Nobel de Química, que seleciona as indicações e apresenta uma proposta para os candidatos finais. O comitê consiste nominalmente de cinco membros votantes, mas, há muitos anos, também inclui membros adjuntos votantes.
Depois de muitas discussões, é possível, em princípio, sugerir que nenhum prêmio seja concedido no ano atual. Isso aconteceu em 1924, quando nenhum dos 35 indicados para a categoria de química foi considerado um grande benefício para a humanidade.
Os estatutos da Fundação Nobel restringem a divulgação de informações sobre as indicações, seja pública ou privadamente, por 50 anos. A restrição diz respeito aos indicados e a quem faz as indicações, bem como às investigações e opiniões relacionadas à concessão de um prêmio.
Quem recebeu o Prêmio Nobel de Química em 2023?
O Prêmio Nobel de Química de 2023 foi dividido entre o francês Moungi Bawendi, o americano Louis Brus e o russo Alexei Ekimov, pela descoberta e síntese dos pontos quânticos, fundamentais para o desenvolvimento da nanotecnologia.
Esses elementos têm diversos potenciais diferentes. Hoje, eles são essenciais para iluminar e trazer cor a monitores de computador e televisão e para possibilitar o funcionamento de lâmpadas de LED, além da aplicação biomédica, no mapeamento de tecidos biológico. No futuro, pesquisadores acreditam que os pontos quânticos poderão ser utilizados em eletrônicos flexíveis, mini sensores, células solares mais finas e comunicação quântica encriptada.
A premiação contou com uma situação embaraçosa para a Academia. Jornais suecos receberam, por e-mail, um comunicado que anunciava o nome do trio antes da cerimônia oficial. O presidente da agremiação lamentou o ocorrido e afirmou que, no momento do envio inadvertido da mensagem, os vencedores ainda não haviam sido definidos pelo comitê.