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terça-feira 13 de fevereiro de 2024 às 16:47h

No setor de transportes, o etanol pode ser a resposta pronta para reduzir a emissão de gases que agravam o efeito estufa

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O “início do fim” da era dos combustíveis fósseis foi anunciado no documento final da última Conferência do Clima (COP 28), sediada em Dubai entre novembro e dezembro de 2023, o ano mais quente da história. Embora tardia – e sem metas definidas –, a compreensão das Nações Unidas ao fim das negociações foi que se o planeta não se apressar por uma transição energética justa, as mudanças climáticas serão catastróficas.

Acelerar a troca dos fósseis por biocombustíveis, reduzindo a emissão de gases que agravam o efeito estufa e superaquecem a Terra, é um caminho no qual o Brasil foi pioneiro – os primeiros estudos para desenvolver um álcool combustível aqui foram nos anos 1920, com investimentos maciços a partir da criação, em 1975, do programa Pró-Álcool.

Embora o país seja, além de precursor, o segundo maior produtor mundial de etanol, o desconhecimento sobre biocombustíveis ainda é significativo. Para contribuir com o fim da desinformação e com um planeta mais limpo para as futuras gerações, a União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia (Unica) acaba de lançar a campanha #VaiDeEtanol, com o slogan “é bom pra você, é bom pro carro, é bom pro Brasil, é bom pro planeta”.

O momento não poderia ser mais propício, além de necessário, já que houve aumento de 9% nos preços da gasolina e queda de 14,7% no etanol em 2023, tornando o biocombustível ainda mais competitivo no país.

Consumo de etanol e seu impacto

Desde março de 2003, quando foram lançados os motores flex, até o fim do ano passado, o consumo de etanol entre os brasileiros evitou a emissão de 662 milhões de toneladas de carbono na atmosfera – valor que representa o cultivo de 4,63 bilhões de árvores por 20 anos.

É uma notícia e tanto considerando parcela significativa de todas as emissões de carbono têm como origem a queima de combustíveis fósseis. Agora, a grande preocupação, especialmente entre os países mais vulneráveis e menos industrializados, é que a temperatura média global não seja mais do que 1,5ºC acima da temperatura média anterior à Revolução Industrial.

Este número é considerado pela ciência como o limite para que o planeta não sofra com inundações extremas, incêndios florestais, secas contínuas e escassez de alimentos. Pode-se superar esse 1,5ºC muito em breve se as emissões não caírem 43% até 2030 – no ritmo atual, segundo relatório da ONU divulgado em novembro, elas devem cair apenas 2%.

O alerta de que a transição climática é imperativa e que precisamos ser rápidos foi ressoado no Fórum Econômico Mundial, algo que já se falava até mesmo na Rio-92, a conferência da ONU sediada no Rio de Janeiro em 1992, mas que os países desenvolvidos demoraram a levar a sério.

O presidente da Unica, Evandro Gussi, ressalta que a campanha #VaiDeEtanol foi criada justamente pela necessidade urgente de acelerar a substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis, reduzindo a emissão dos gases que provocam o agravamento do efeito estufa.

O número de carros flex no Brasil chegou a 80% do total da frota nacional. Nesses mais de 20 anos de produção, mais de 40 milhões de automóveis saíram das fábricas para as ruas das cidades brasileiras. A redução de gases poluentes em relação à gasolina é de até 90%. Esses números indicam que o etanol é uma ótima resposta para uma redução rápida e acessível no setor de transportes.

As vantagens não param aí: a cadeia produtiva gera mais de 2 milhões de empregos diretos ou indiretos em todo o país. Sem falar nos benefícios para o bolso: os motoristas podem escolher o combustível a cada abastecimento e, em muitos momentos, economizar utilizando etanol na comparação com quem roda a mesma distância com gasolina.

E, ao contrário do que muitos pensam, o biocombustível não prejudica o motor dos carros flex. Na verdade, ele mantém as características do motor por mais tempo, além de aumentar sua potência. Nesse cenário, o etanol é, sem dúvida, uma solução já pronta e acessível para uma redução rápida e eficiente das emissões no setor de transportes.

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