Promete ser polêmica entre ambientalistas e ruralistas a discussão em torno da dependência internacional do Brasil em relação a fertilizantes nesta última terça-feira (24), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Para Jaques Wagner (PT), nas circunstâncias atuais, a compra de fertilizantes ao exterior, especialmente da Rússia, terá forte impacto sobre a economia brasileira, em especial sobre a agricultura, podendo afetar a soberania e a segurança alimentar do Brasil. O senador ressalta:
— O conflito armado entre Rússia e Ucrânia evidenciou nossa dependência da importação de fertilizantes. Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes, atrás da China, da Índia e dos Estados Unidos, mas é o maior importador mundial desses insumos. O Brasil é o quarto maior produtor de grãos e o segundo maior exportador do mundo. Tal produção requer larga utilização de fertilizantes. No entanto, hoje, 85% desses produtos são importados, tendo sido a Rússia, em 2021, responsável pela maior parcela de importações, 23%, seguido pela China, com 14%, e Belarus, com 3,4%.
Espiridião Amim (PP-SC), por outro lado, teme que falte suprimentos já que o Brasil mantém dependência internacional dos fertilizantes.
Em conversas com ruralistas e ambientalistas, Rodrigo Pacheco defendeu que seja construída uma saída com base nos padrões internacionais, ou seja, que o Brasil adote procedimentos internacionais e “não invente a roda”.