O presidente Lula da Silva (PT) voltou a cobrar os países ricos pela “dívida histórica” com o aquecimento global. Durante seu discurso na Cúpula do G77 — grupo formado por 134 nações em desenvolvimento — , em Cuba, Lula afirmou segundo Alice Cravo, do O Globo, que “o princípios das responsabilidades comuns, mas diferenciadas permanecem válidos” e cobrou o financiamentoclimático aos países em desenvolvimento.
— Temos que aproveitar o patrimônio genético da nossa biodiversidade com repartição justa dos benefícios resguardando a propriedade intelectual sobre nossos recursos e conhecimentos tradicionais. Vamos promover a industrialização sustentável, investir em energias renováveis na bioeconomia e na agricultura de baixo carbono. Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global.
Lula completou:
— O princípio das responsabilidades comuns mas diferenciadas permanecem válidos. É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento segundo suas necessidades e prioridades
Lula tmbém falou sobre a emergência cliática e afirmou que as mudanças impõem “novos imperativos”, mas uma “transição justa traz oportunidades”. Antes de embarcar para Cuba, lançou no Palácio do Planalto o Programa Combustível do Futuro, com uma série de propostas na área de combustíveis renováveis, com políticas públicas, entre elas o transporte de baixo carbono.
— A emergencia climatica nos impõe novos imperativos, mas a transição justa traz oportunidades. Com ela podemos ter o ar mais limpo, rios sem contaminação, cidades mais acolhedoras, comida de qualidade na mesa, emprego dignos e crianças mais saudáveis
A agenda de Lula para este sábado também prevê uma reunião bilateral com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel. O país caribenho passa por grave desabastecimento de itens básicos, como alimentos, remédios e energia. Porém, como deve US$ 520 milhões ao Brasil, está impedido de receber recursos de instituições como o BNDES. O assunto estará na mesa da reunião bilateral.
O governo brasileiro tem a intenção de voltar a financiar exportações do Brasil para Cuba, mas entende que antes é preciso que o país caribenho volte a pagar o que deve.
Haverá, ainda, uma bilateral com o diretor-geral da FAO. No final do dia, Lula embarcará para Nova York, onde ficará até o dia 21. No dia 19, Lula fará um discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU. Lá, a expectativa é que ele reforce sua pauta de combate à fome, redução das desigualdades, clima e reforma do Conselho de Segurança da ONU.