A greve dos caminhoneiros chegava ao ápice de sua temperatura. Rodovias bloqueadas, postos de gasolina desbastecidos e o governo virado do avesso, buscando uma alternativa para pôr fim à crise.
Raul Jungamann concedia uma de suas muitas coletivas no Palácio do Planalto para explicar o inexplicável.
Carlos Marun ficou sabendo não se conformou por não ter sido chamado para também brilhar na frente dos holofotes. Resolveu tirar um coelho da cartola.
Marun apareceu no andar onde ocorria a entrevista e disse a outros auxiliares de Michel Temer que havia acabado de ser incumbido por Eliseu Padilha a entrar na coletiva e dar um recado sobre o preço dos combustíveis.
Foi contido, ou melhor, convencido a esperar a entrevista acabar para falar com a imprensa sozinho, mas sem pompa, de pé, rapidamente. Assim ocorreu.
Um curioso, porém, bateu na sala de Padilha para saber se, de fato, o ministro havia passado a missão a Marun. Ouviu a seguinte resposta de Padilha: “Eu? Pedi o que ? Não pedi nada”.