domingo 22 de dezembro de 2024
Água acumulada no Centro de Porto Alegre 'volta' para o Guaíba — Foto: André Ávila/Agência RBS
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sábado 1 de junho de 2024 às 08:17h

Nível do Guaíba fica abaixo da cota de inundação pela primeira vez em um mês em Porto Alegre

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O nível do Guaíba caiu na madrugada deste sábado (1º) e está abaixo da cota de inundação na Usina da Gasômetro, em Porto Alegre. Isso quer dizer que o lago não transborda mais e está de volta ao seu leito depois de um mês – mas o clima de alerta permanece.

De acordo com a régua instalada no Gasômetro, entre 4h15 e 4h30, o nível caiu de 3,60 (cota de inundação) para 3,59 metros e, às 6h15, estava em 3,57 metros. É a primeira vez que isso ocorre desde 2 de maio, quando o Guaíba chegou a 3,69 metros. De lá para cá, o nível não ficou mais abaixo da cota de inundação.

O nível do Guaíba atingiu níveis históricos ao longo de maio devido aos temporais que assolaram o Rio Grande do Sul. Antes, o ponto mais alto a que havia chegado o lago foi 4,76 metros em 1941. Agora, a marca mais alta é de 5,35 metros, atingida em 5 de maio.

A tragédia climática matou 169 pessoas, deixando 44 desaparecidas, 806 feridas e mais de 619,7 mil fora de casa. Cidades foram devastadas: 473, de um total de 497, sofreram algum tipo de dano. O estado soma bilhões de reais em prejuízos.

A água avançou sobre Porto Alegre, causando inundações em bairros e expulsando pessoas de casa. A rodoviária e o aeroporto da capital foram atingidos. Estádios de futebol alagaram.

A chuva forte começou em 27 de abril em Santa Cruz do Sul, na Região dos Vales. Sem parar, se estendeu por mais de 10 dias, sobrecarregando as bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos e Gravataí, que transbordaram e a água invadiu municípios, arrasando cidades e destruindo vidas.

Em Porto Alegre, a rodoviária e o aeroporto da capital foram atingidos. Estádios de futebol alagaram.

Novas cotas

O Governo do Rio Grande do Sul alterou, na terça-feira (28), a cota de inundação do Guaíba para 3,60 metros. O nível contrasta com a cota de 3 metros anteriormente informada, que pertencia à régua do Cais Mauá , desativada após a cheia do dia 2 de maio, às 23h. A cota de alerta também passou de 2,50 para 3,15 metros.

Em 3 de maio, uma régua emergencial foi instalada mais ao sul da Capital, na estação Usina do Gasômetro. A outra régua, que estava no cais, apresentou problemas. Até então, o medidor preservava as mesmas métricas da antiga estação, instalada em 2014.

A revisão não muda as medições já observadas, como o recorde de 5,35 metros registrado em 5 de maio. O que muda é que esse valor agora deve ser comparado à cota de inundação de 3,60 metros, e não mais ao valor antigo, de 3 metros.

O governo detalha que os critérios estabelecidos para a instalação do medidor emergencial foram acesso fácil, transparência e capacidade de interpretação dos dados por equipes de monitoramento.

Explicação

O professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirma que as réguas são equivalentes. Ou seja, quando a cota de inundação atingir 3,60 metros na estação emergencial, a do Cais Mauá registrará 3 metros. Com isso, não haveria grandes alterações nas comparações entre as cheias de 1941 e a deste ano.

“A medição ainda é válida. O valor de 5,35 metros medido, ele ainda vai ser obviamente conferido. Vai ter algumas verificações, mas dada a diferença entre os sensores e o jeito que eles foram instalados, provavelmente o valor máximo da inundação vai ser próximo e ao redor desse que foi medido na Usina do Gasômetro. Vai ser um valor próximo lá ao do Cais Mauá. Pode inclusive ser corrigido um pouquinho para cima, mas é uma pequena diferença”, afirma o professor.

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