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sábado 26 de dezembro de 2020 às 07:24h

Nitazoxanida: estudo clínico é publicado no European Respiratory Journal e mostra que medicamento é eficaz no tratamento ao covid-19

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O estudo clínico coordenado e financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) sobre o uso do medicamento nitazoxanida em pacientes com Covid-19 acaba de ser publicado pela revista científica, European Respiratory Journal. O estudo confirma que o antiviral nitazoxanida é capaz de reduzir a carga viral em pacientes com até 3 dias de confirmação da doença no organismo. Para isso, deve ser administrado na dosagem de 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 5 dias. (Foto ilustração)

“A publicação do estudo clínico é um presente de Natal da ciência brasileira para o mundo. É uma excelente notícia de fim de ano para começarmos 2021 com ainda mais determinação para enfrentar esta pandemia utilizando a única arma possível de derrotá-la, a ciência. O Brasil possui excelentes cientistas e pesquisadores que produzem conhecimento científico de ponta e esse estudo com a nitazoxanida mostra que podemos ajudar não só o país, mas também o planeta. Finalizamos o estudo e deixamos essa contribuição publicada para que novos protocolos de tratamento preventivo ou prescrição médica possam ser adotados”, declarou o ministro do MCTI, Marcos Pontes.

Segundo a coordenadora do estudo, a professora Patrícia Rocco, titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a diminuição da carga viral representa uma menor possibilidade de contágio pelos pacientes tratados e evita o agravamento das condições de saúde.

A definição pelo antiviral nitazoxanida ocorreu depois de testes com 2 mil fármacos, utilizando inteligência artificial, pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao MCTI. Os testes identificaram cinco remédios com potencial para combater a replicação do novo coronavírus. Um deles, o antiviral nitazoxanida, reduziu em 94% a carga viral em células infectadas in vitro.

Em seguida, com aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), o ministério deu início ao protocolo de estudos clínicos com a nitaxozanida no tratamento de pacientes com sintomas iniciais de Covid-19, como febre, tosse e fadiga. Assim foi lançada a campanha #500VoluntáriosJá, que levou carretas para receber os participantes dos estudos nas cidades de Ceilândia (DF), Bauru, Sorocaba, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Juiz de Fora (MG).

O estudo teve a participação de 1.575 voluntários em 7 cidades do país. A pesquisa foi conduzida no padrão multicêntrico, randomizado com grupo de controle e “duplo cego”, em que nem os pacientes ou médicos tinham conhecimento da medicação usada e poderiam tanto receber a nitazoxanida ou o placebo.

O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Dr. Marcelo Morales ressaltou que o estudo clínico foi realizado com o antiviral nitazoxanida, um medicamento já existente no mercado e que não foi criado com a finalidade de combater a Covid-19. “O reposicionamento de fármaco foi apenas uma das linhas de atuação sugerida pelos pesquisadores da RedeVírus MCTI devido à emergência da pandemia e já apontando a grande possibilidade de encontramos uma solução interessante para uma demanda mundial. E a publicação do estudo clínico numa conceituada revista científica dá ainda mais credibilidade à pesquisa e possibilita que este conhecimento construído por pesquisadores e cientistas brasileiros pudesse ajudar o planeta”, afirmou.

A secretária de articulação e promoção da ciência do MCTI, Christiane Corrêa, agradeceu e destacou a importância dos voluntários, médicos, enfermeiros, aos hospitais credenciados, e todos que colaboraram com a realização do estudo clínico, inclusive aos Correios pelo essencial apoio logístico nesta conquista para o país.

Para senso comum, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) vinculado ao Ministério da Saúde, se considerando as etapas da pesquisa experimental e clínica, o tempo total de desenvolvimento de um novo medicamento pode ultrapassar 10 anos, sendo que de cada 10 mil moléculas testadas, apenas uma se torna um medicamento comercializado.

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