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sábado 26 de agosto de 2023 às 07:44h

Nem revolta com Zanin deve convencer Lula a nomear uma mulher para o STF

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


A revolta entre os movimentos sociais e apoiadores de Lula com os recentes votos de Cristiano Zanin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) escolhido em junho pelo presidente da República, desencadeou um movimento de pressão no campo da esquerda para tentar tentar influenciar a escolha do próximo ministro e impedir a escolha de mais um “conservador”.

Lula deverá nomear um novo titular para o STF para substituir a ministra Rosa Weber, que se aposenta no final de setembro.

De acordo com auxiliares palacianos de Lula ouvidos pela equipe da coluna de Malu Gaspar, do O Globo, o principal alvo desses movimentos é a a primeira-dama, Janja, que é feminista e tem conexões com grupos de mulheres e influencers. “Está forte a pressão sobre a Janja para convencer Lula a não repetir o erro”.

A primeira-dama já vem há meses trabalhando pela indicação de uma mulher, mas até agora não havia conseguido convencer o presidente a indicar nenhuma das juristas que já se apresentaram como pré-candidatas.

E segundo aliados bastante próximos de Lula diziam na última sexta-feira, mesmo com a revolta na esquerda ele não deve ceder.

Entre os posicionamentos de Zanin que provocaram indignação na esquerda nos últimos dias estão o voto votado contra a equiparação das ofensas à população LGBTQIA+ ao crime de injúria racial e também o que foi contra a descriminalização da maconha para uso pessoal.

Em grupos de juristas, advogados e parlamentares do PT Zanin vem sendo chamado de “carinha conservador” e tratado como um “branco da elite paulista” sem empatia e sem sensibilidade social.

Lula vem indicando que deverá nomear para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a advogada Daniela Teixeira, que foi incluída na lista de três nomes formada pelo próprio tribunal para que o presidente escolha um ministro na cota da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com isso, espera mostrar que não tem nada contra mulheres nas cortes superiores.

Para o STF, ainda conforme a colunista, a coisa é diferente. Uma das razões apontadas por seus aliados para que o presidente não escolha uma mulher é que ele não tem relação pessoal com nenhuma das mulheres na disputa.

As candidatas mais ativas são a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Simone Schreiber, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa, a promotora paraense Ana Claudia Pinho e as advogadas Dora Cavalcanti e Flávia Rahal.

Mas nenhuma delas tem relação pessoal com Lula e nem a confiança dele, o que tem sido visto como critério eliminatório pelo entorno dele no Palácio do Planalto. “Nenhuma delas conseguiu construir essa proximidade nos últimos tempos, e Lula não vai escolher alguém com quem tenha cerimônia”, diz um amigo.

No caso de Zanin, a proximidade foi um fator fundamental. O fato de ele ser advogado-pessoal de Lula foi o principal critério de escolha, uma vez que em diversas ocasiões o presidente deixou muito claro a seus aliados desde o início que não pretendia repetir neste mandato o que ele considera que foram erros das gestões anteriores.

Um desses erros teria sido justamente a escolha de candidatos representativos de movimentos ou causas, mas sem compromisso com ele, Lula.

Embora vira e mexe surja de novo em conversas no governo a ideia de que Lula estaria mais sensível e aberto à indicação de uma mulher, no fundo o que de fato prevalece é a vontade do presidente de ter um ministro só seu e de mais ninguém. E esse requisito nenhuma mulher preenche.

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