A Nasa anunciou neste sábado que os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams voltarão à Terra em fevereiro de 2025 com a missão Crew-9, da SpaceX de Elon Musk. Eles estão há mais de dois meses na Estação Espacial Internacional em uma missão que deveria durar cerca de oito dias. Os astronautas deveriam voltar na nave Starliner, da Boeing, que apresentou diversos problemas durante o atracamento na estação e, por isso, retornará sem tripulação.
Segundo a agência espacial americana, especialistas em engenharia e voo espacial da NASA e da Boeing tomaram a decisão em conjunto, por avaliar que a espaçonave Starliner apresentaria muitos riscos aos astronautas .
A odisseia da Boeing
Em 26 de junho, a Nasa afirmou que os astronautas não estão literalmente “presos” no Espaço e que o adiamento de sua partida da ISS é necessário para uma completa avaliação dos problemas técnicos da Starliner. As origens dos problemas estão no módulo de serviço da Starliner, uma seção da espaçonave que é descartada durante o retorno à Terra. Por isso, segundo a agência, os problemas precisam ser examinados enquanto a nave ainda está no espaço.
Dos problemas encontrados, a maior preocupação é a falha de múltiplos propulsores do sistema de controle de reação, que são essenciais para direcionar a Starliner durante sua partida da estação espacial e preparar a nave para uma queima crucial para a reentrada na atmosfera da Terra.
Nas últimas semanas, equipes terrestres da NASA e da Boeing concluíram testes de um propulsor em um banco de testes em White Sands, Novo México. A agência e a empresa testaram os propulsores da espaçonave em órbita para verificar seu desempenho enquanto acoplados à estação espacial. A Nasa disse que os resultados preliminares desses testes foram úteis, mas seguiu adiando uma decisão final sobre o retorno dos astronautas.
Além da Revisão de Prontidão de Voo adiada, a Nasa repassou cerca de R$ 1,7 milhão para a SpaceX em 14 de julho para um “estudo especial de resposta a emergências”. Desde então, a agência enfrenta discussões internas vigorosas sobre se a tripulação deve ou não voar para casa na Starliner. Alguns engenheiros acreditam que, se houver dúvidas sobre a Starliner, então a Nasa deveria optar pelo caminho mais seguro — voltar na Crew Dragon, que já foi e voltou em segurança 12 vezes.