A Artemis 1, primeira missão não tripulada do programa americano de retorno à Lua, deverá decolar a partir de 29 de agosto, anunciou na última quarta-feira (20) a Nasa.
Assim, a nave fará o primeiro de uma série de voos com os quais os Estados Unidos pretendem voltar à Lua com uma tripulação humana, estabelecer naquele local uma presença sustentada e utilizar as experiências obtidas para planejar uma viagem a Marte em algum momento da década de 2030.
O responsável da Nasa Jim Free declarou que a primeira janela de possíveis datas de lançamento para o gigantesco Sistema de Lançamento Espacial (SLS, sigla em inglês) e a cápsula acoplada Orion consiste nos dias 29 de agosto, 2 de setembro e 5 de setembro.
Os últimos testes realizados em junho alcançaram 90% das metas e, nesta quarta, Cliff Lanham, responsável da divisão de veículos espaciais, disse que os engenheiros solucionaram falhas que causavam perda de hidrogênio no sistema de lançamento.
A Artemis 1 viajará ao redor da face oculta da Lua, em uma missão que irá durar entre quatro e seis semanas, mais do que qualquer espaçonave tripulada já fez sem acoplar. Depois, voltará à Terra mais rapidamente e será submetida a mais calor do que todas as naves anteriores. Também posicionará pequenos satélites, denominados CubeSats ,destinados a desenvolver experimentos espaciais.
“Nosso primeiro e principal objetivo é expor o escudo térmico da Orion às condições de recuperação lunar”, disse Mike Sarafin, chefe da missão. Em seu retorno, a cápsula viajará a cerca de 39.400 km/h e experimentará temperaturas com cerca de metade do calor do Sol.
O segundo objetivo é verificar a solvência do voo do foguete e da cápsula durante a missão. Por fim, a Nasa tentará recuperar a Orion após a sua amerissagem, para, depois, revisá-la a fundo.
O próximo voo será o Artemis 2, que será tripulado, mas os astronautas não sairão da nave. Por sua vez, a Artemis 3 levará posteriormente a primeira mulher e a primeira pessoa negra ao solo lunar.
Artemis I
O Artemis I será o primeiro teste integrado de todas as tecnologias desenvolvidas pela Nasa e outras empresas espaciais: a espaçonave Orion, o foguete Space Launch System (SLS) e os sistemas terrestres do Kennedy Space Center na Flórida.
“A espaçonave lançará o foguete mais poderoso do mundo e voará mais longe do que qualquer espaçonave construída para humanos já voou”, disse a Nasa em comunicado. A nave Orion viajará 450.000 quilômetros por cerca de três semanas e ficará no espaço sem se fixar a uma estação espacial.
“Esta é uma missão que realmente fará o que não foi feito e aprenderá o que não se sabe”, disse Mike Sarafin, gerente da missão Artemis I na sede da Nasa em Washington. “Isso abrirá um caminho para as pessoas que seguirão no próximo voo do Orion.”
SpaceX do Elon Musk no programa Artemis
Em abril de 2021, a SpaceX, empresa espacial do bilionário Elon Musk, ganhou contrato avaliado em 2,9 bilhões de dólares para construir uma das espaçonaves Starship para o programa Artemis.
Musk acabou vencendo de Jeff Bezos, que também era um dos considerados pela Nasa com sua empresa espacial Blue Origin. A terceira competidora era a Dynetics, empreiteira norte-americana.
Antes de tomar a decisão, a Nasa concedeu três contratos originais para as empresas: a Blue Origin recebeu o maior (US $ 579 milhões), seguido da Dynetics (US $ 253 milhões) e, por último, a SpaceX (US $ 135 milhões).
O contrato, portanto, é uma grande vitória para a SpaceX, que hoje se solidifica como um parceiro de confiança da agência norte-americana.
De acordo com documento visto pelo Washington Post, a oferta da empresa de Musk “foi a mais baixa entre os ofertantes por uma ampla margem”. Outro fator importante foi a grande quantidade de carga que a Starship é capaz de transportar “de e para a superfície da Lua”.
Vários protótipos já estão sendo lançados nas instalações da SpaceX em Boca Chica, no Texas.