quinta-feira 26 de dezembro de 2024
A jornalista Clarissa Oliveira e a senadora Eliziane Gama durante entrevista ao programa Amarelas On Air, de Veja - Foto: Kaio Lakaio/Veja
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segunda-feira 19 de junho de 2023 às 18:27h

‘Não vamos passar a mão na cabeça’, diz Eliziane Gama relatora da CPMI

NOTÍCIAS, POLÍTICA


À frente da relatoria da CPMI do 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) rebate as críticas vindas da oposição sobre uma suposta blindagem de integrantes do governo Lula na largada das investigações. Entrevistada desta semana de Clarissa Oliveira, no Amarelas On Air, a relatora insiste na importância de a comissão adotar um critério cronológico. E afirma ser natural que, num primeiro momento, o foco esteja em nomes ligados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Eliziane diz ver uma tentativa de setores do Congresso de transformar a CPMI em um “palco de narrativas”. E garante que nomes ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva – como o ministro da Justiça, Flávio Dino, ou o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias – serão ouvidos no tempo certo. Se alguém tiver contribuído para os ataques, mesmo por omissão, ela promete agir. “Se havia alguém que tem relação com a estrutura atual do governo que contribuiu será punido, será penalizado e eu vou pedir o indiciamento. Podem ter certeza disso. Não vamos passar a mão na cabeça”, disse a senadora.

Eliziane citou nomes como o ex-ministro Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid como alvos iniciais das atenções na CPMI. A relatora falou na revista Veja antes que a revista revelasse mensagens e documentos obtidos no celular de Cid, contendo o roteiro detalhado de uma tentativa de golpe. Mas já era conhecida a informação de que havia uma minuta de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no aparelho do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelada por O Globo. “Temos o Mauro Cid, depois da divulgação de uma minuta de GLO no celular dele. Uma GLO que podia se aplicar naquele momento, em que havia uma tentativa clara de se criar um sentimento de instabilidade no país, com estado de sítio, coisa parecida, para ser o cenário de uma intervenção”, afirmou a relatora.

A relatora é mais cautelosa a respeito de uma eventual convocação do próprio Bolsonaro. Segundo ela, ficou clara uma tentativa de contestar o resultado das urnas, que chegou a ser mencionada pelo ex-presidente em suas redes sociais. “Mas aí você diz: então isso é suficiente pra que ele seja convocado? Eu acredito que nós precisamos reunir mais elementos em torno disso”. Segundo ela, “é o tempo que vai dizer” se Bolsonaro será ouvido. “Hoje, eu não posso descartar, como eu também não posso afirmar a possibilidade de ele ir.”

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