Não sei se vou ser ministro daqui um ano, nem Guedes, diz Fábio Faria

Em evento no qual defendeu a modalidade de leilão do 5G para o mercado financeiro na tarde desta quarta-feira (23), Fabio Faria, que comanda o Ministério das Comunicações, disse que não sabe se vai ser ministro “daqui um ano”.

“Eu não sei se vou ser ministro daqui um, dois anos. Nem o Paulo Guedes [chefe da Economia]”, disse o ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL), deve disputar a reeleição em 2022. Para Faria, o governo acertou ao optar por um leilão não arrecadatório para a implementação do 5G no país e disse conforme a coluna de Hygino Vasconcellos no UOL, que essa opção não vincula o projeto a uma determinada gestão.

Segundo Faria, o leilão permite que se invista mais em infraestrutura para instalação dos cabos de fibra óptica pelo país. “O 5G só funciona com fibra, como vai ‘fibrar’ todo o país? Imagina se cada operadora fizesse sua fibra óptica? Não iria conseguir fazer”, disse em painel no CEO Conference, organizado pelo BTG Pactual entre ontem e hoje.

Guedes e o presidente Bolsonaro também participaram do evento — que contou também com os pré-candidatos à presidência Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos) e João Doria (PSDB). O ex-presidente Lula (PT) não aceitou participar.

Em um leilão não arrecadatório, parte das verbas levantadas são investidas em infraestrutura — como levar internet a áreas sem conexão, como pequenas cidades e estradas.

Faria citou como exemplo a Itália, que realizou um leilão arrecadatório, mas teve problemas na implementação do sistema. “Quando chegou a pandemia o que o governo italiano teve que fazer? Usou aquele recurso na saúde e a implantação do 5G está lenta”, disse.