Ao longo da carreira, Djokovic faturou US$ 154,76 milhões em prêmios. A fortuna equivale a R$ 850 milhões
Além do Aberto da Austrália, o seu torneio favorito, o tenista Novak Djokovic corre o risco de prejuízos consideráveis à sua carreira se continuar determinado a não se vacinar contra a Covid-19. A recusa resultou na decisão da justiça australiana neste domingo (16) de rejeitar a permanência do atleta no país, impossibilitando a sua participação na competição.
A postura do sérvio é minoritária no esporte: segundo a ATP (Associação do Tênis Profissional), 97% dos integrantes do ranking de 100 melhores tenistas do planeta estão vacinados. Em um comunicado sobre o caso neste domingo, a entidade diz que “continua a recomendar fortemente a vacinação”, que considera “essencial” para que o tênis “possa continuar a existir com a pandemia”.
“A decisão divulgada hoje (…) coloca um fim a uma série de eventos profundamente lamentáveis”, escreveu a ATP.
Objetivos mais distantes
A expulsão de Djokovic da Austrália pode ser apenas o começo de um caminho cada vez mais difícil para ele poder participar de competições esportivas. Privado do Aberto da Austrália, no qual triunfou nove vezes em Melbourne, o tenista se afasta imediatamente do seu maior objetivo atualmente: o recorde de Grand Slam. Por enquanto, ele compartilha 20 vitórias com Roger Federer e Rafael Nadal, mas quer ser o primeiro a chegar a 21.
A decisão de não se vacinar também coloca em risco a sua posição de número 1 mundial. Dois jogadores têm condições de ultrapassá-lo no posto já no Aberto da Austrália, desde que vençam o torneio: Daniil Medvedev e Alexander Zverev, respetivamente números 2 e 3 no ranking.
“Eu acho que ele comete um grave erro, que ameaça o resto da sua carreira e a sua chance de se impor como o maior jogador de todos os tempos”, disse Boris Becker, seis vezes Grand Slam e ex-treinador de Djokovic, em entrevista ao jornal Daily Mail, neste domingo. “Não se trata apenas da Austrália: o mundo mudou e vai ser muito difícil para ele levar uma vida de tenista profissional sem vacinação”, adverte o alemão. “A 34 anos, ele não tem mais muito tempo para chegar aos seus objetivos.”
No atual estágio de restrições sanitárias no mundo e em um esporte global e itinerante, o sérvio vai se defrontar a obstáculos insuperáveis. Entrar nos Estados Unidos, onde são disputados não só o US Open, mas também três dos nove Masters 1000, se anuncia missão impossível sem vacinação completa. Uma infecção prévia não justifica uma exceção no país.
As isenções são extremamente raras, a exemplo do que ocorreu na Assembleia Geral da ONU em Nova York em 2021, quando o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi autorizado a ingressar no território americano para participar do evento internacional, mesmo sem estar vacinado.
Ainda que a pandemia terminasse antes do que se imagina, o horizonte do tenista continuará nebuloso, pelo menos em relação à Austrália. Para cancelar pela segunda vez o visto do tenista, o ministro da Imigração do país, Alex Hawke, aplicou um artigo da legislação que implica, em teoria, na proibição de entrada no território por três anos.
A medida pode ser revogada “em certas circunstâncias extraordinárias que beneficiem os interesses da Austrália – o que, provavelmente, não deve incluir o caso do tenista sérvio”, segundo informaram as autoridades locais. Desta forma, ele só poderia retornar ao país aos 37 anos, no fim da carreira.
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