Após passagens por São Paulo e Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou em Minas Gerais nesta quarta-feira para agendas que incluem uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo). Esta é a primeira visita do petista ao estado desde que assumiu a presidência pela terceira vez. Em entrevista ao Estado de Minas, Lula afirmou que não precisa “ser amigo” de Zema, mas deve ser parceiro do governador “pelo povo mineiro”.
— Fui eleito para governar para todos os brasileiros. Fomos todos eleitos pelo povo, com o compromisso de melhorar a vida das pessoas. O governador não precisa gostar de mim. Não precisamos ser amigos, precisamos ser parceiros, por Minas e pelo povo mineiro. O governador Zema foi convidado para o evento, da mesma forma que foi várias vezes convidado para ir a Brasília defender os interesses do estado — disse o presidente.
À CNN, mais cedo, Zema afirmou nesta quarta-feira que Lula será bem recebido, já que ambos têm questões importantes para tratar.
— O presidente ganhou a eleição aqui por uma pequena margem de votos. Minas e o governo federal têm de fazer muita coisa em comum — afirmou o governador.
Ainda que o mineiro seja aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e faça oposição a Lula, ele deixa claro que precisa do governo federal para resolver problemas do estado que estão na pauta da reunião. Entre eles, o acordo de Mariana, a duplicação da BR-381 e uma nova licitação das BRs 040 e 262, além da renegociação da dívida do estado.
O governador disse ainda que não teme a reação de bolsonaristas ao seu encontro com Lula e que precisa ter contato com o presidente e com todos os prefeitos de Minas, independentemente do partido.
— Ele é presidente e eu sou governador. Eu tenho contato com todos os prefeitos de Minas. Nós temos prefeitos de todos os partidos. Você não pode discriminar ninguém, nem abaixo, nem acima, devido a alguma questão partidária. Ele vai em Minas e eu não vou recebê-lo? — completou.