A todo momento questionada sobre eventual apoio a Lula, Marina Silva (Rede) é reticente em cravar o endosso à candidatura do petista, mas dá sinais de que vai mesmo se aproximar do ex-presidente nesta campanha — porém, conforme entrevista na Veja, está longe de “apoios incondicionais”.
A ex-ministra, que já declarou estar “aberta” ao diálogo, se distanciou de Lula após ataques do cacique e de dirigentes do PT feitos na campanha de 2014 — disputada com Dilma — e na esteira da defesa que fez ao impeachment da agora ex-presidente, iniciado em 2015.
De lá para cá, muitas águas rolaram — o cenário político mudou drasticamente e, com ele, as preocupações se voltaram ao combate à ‘Bomba Bolsonaro’.
“Não me oriento pelo terreno dos rancores. O que existem são divergências políticas, e não subjetivas. E, por isso, posso até ter diferenças com o partido e o candidato, mas eles têm compromisso com a democracia e, no momento, são eles que reúnem as melhores condições para derrotar Bolsonaro”, disse a ex-ministra na coluna Radar.
Para Marina, a candidatura vitoriosa nas eleições deste ano deve ser voltada à defesa de um programa de recuperação do cenário “pós-guerra” deixado pelo atual presidente, e não à figura de um partido ou candidato.
“O que está vindo por aí é uma oposição orquestrada, sem limite democrático, sem limite nenhum no terreno da política”, declara.