A deputada estadual Alê Portela (PL-MG) iniciou em suas redes sociais uma campanha contra o filme da boneca Barbie, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de todo o país. Em postagem no Instagram na quarta-feira (19) conforme a coluna Sonar, a parlamentar apelou aos seguidores que “não levem os seus filhos” para assistir ao longa-metragem.
“O novo filme da Barbie é o assunto do momento! Afinal, trata-se de uma boneca icônica que marcou a infância de várias gerações de meninas. Podemos pensar que um filme baseado nessa personagem seria voltado para o público infantil e familiar, destacando a feminilidade. No entanto, essa suposição está errada”, escreveu Portela, que é correligionária e apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antes de acrescentar: “A luta contra a inversão de valores é uma batalha constante, mas necessária”.
Junto do texto, a deputada compartilha uma série de imagens que explicariam por que se trataria de uma obra inadequada para crianças. Na primeira delas, ela lembra que o Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária (Conar) definiu a classificação indicativa do filme como 12 anos, devido ao “conteúdo dos diálogos e atos violentos”.
“Já se sabe que o filme será um drama de quando a Barbie vai parar no mundo real, e nele descobre assédio, prisão, bebida alcoólica e profundas reflexões sobre sua existência”, prossegue o conteúdo. No filme, a protagonista acaba deixando, acompanhada de Ken, a “Barbieland” — espécie de universo de fantasia ocupado pelas diferentes versões dos dois bonecos.
Na sequência, Alê Portela lembra que “uma atriz trans interpreta uma das Barbies”. Ela cita, então, o trecho de uma análise divulgada pelo Movieguide, um guia de filmes e séries para cristãos. No texto, é defendida a tese de que a obra foi produzida para “adultos nostálgicos” e promove “histórias de personagens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros”.
Por fim, a deputada estadual mineira trata do que chama de “decadência dos princípios familiares no cinema”. “Nos desenhos animados da Barbie, víamos redenção, compaixão, trabalho em equipe, gentileza, autossacrifício, feminilidade e muito mais”, enumera a parlamentar do PL.
“A inversão de valores é uma triste realidade que observamos em nossa sociedade atual”, continua Portela. “E é preocupante ver como os princípios éticos e morais estão sendo distorcidos e até mesmo ignorados”, avança ela. “Embora possa parecer interessante para aqueles que adoravam brincar com a Barbie, não espere assistir a um filme voltado para crianças e famílias”, arremata.
Nos comentários da postagem, o teor da reação é dividido. “Triste! Pelo trailer se vê que não é adequado! Uma pena”, comentou um perfil. “Muito bom, muitas pessoas vão levar as crianças desavisadas achando que seria um filme infantil”, agradeceu outro.
Por outro lado, também sobraram críticas à postura da parlamentar. “Falta do que fazer, hein, deputada”, disparou um seguidor. “Tá faltando serviço para fazer no estado, né? Tudo resolvido, já, né? Faça-me o favor”, reclamou um segundo. “Qual é o problema de retratar pessoas da comunidade LGBTQIA+?”, questionou uma terceira pessoa.