O professor titular da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital, Wilson Gomes, avalia que as redes digitais ainda têm sido mais ocupadas por figuras de direita do que de esquerda.
Na avaliação dele, a esquerda brasileira “continua pensando em greve, passeata e organização sindical”.”Temos pesquisas que buscam identificar quais são as vozes da esquerda nas redes digitais. Não tem. Não é o Ciro [Gomes], não é o [Fernando] Haddad. Não há uma figura que seja capaz de articular. A esquerda precisa entender que 2018 está para as arenas digitais no Brasil o que 1989 esteve para a televisão. O pêndulo da relevância saiu de um lado e foi para o outro. Isso não pode ser subestimado”, disse, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Para ele, a esquerda comete um erro ao achar que as redes sociais, como o Twitter, são uma bolha.”O Twitter não é irrelevante. Ali, não apenas você pode se expressar, mas também sentir o pulso, descobrir tendências. O Twitter é a ponta de um ecossistema digital. A informação que sai dali vai para o Youtube, vai para WhatsApp, há um fluxo grande entre as várias plataformas. A direita percebeu isso e ganhou a eleição com uma gambiarra formada por grupos de WhatsApp”, ressaltou.