O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou na revista Veja neste sábado (12) que não vê motivos para Jair Bolsonaro deixar o PSL após a crise aberta pelo presidente com o partido.
Há quatro dias, Bolsonaro disse a um apoiador para “esquecer o PSL”, no Palácio do Alvorada. Ele declarou que o presidente do partido, deputado federal Luciano Bivar (PE), estaria “queimado para caramba”.
“Por mim, o Bolsonaro continua, sim. Não faz muito sentido, não existe motivo suficiente para ele sair do PSL”, afirmou Eduardo.
O deputado afirmou que não teve conversa com Bolsonaro sobre a possibilidade de debandada do PSL. Ele preferiu não comentar se houve cálculo errado do presidente ao criticar Bivar.
Eduardo tem dado sinais aos seus aliados para normalizar a relação de Bolsonaro com o partido. Na sexta-feira 11, durante uma fala no fórum conservador CPAC Brasil, em São Paulo, o deputado se referiu ao vice-presidente da sigla, Antônio de Rueda, como o “pacificador do PSL”.
Estava prevista a participação de Bivar no evento realizado na sexta, mas ele foi excluído da programação após a crise com Bolsonaro.
OCDE
Questionado sobre a prioridade que os Estados Unidos deram ao ingresso da Argentina na OCDE, Eduardo disse que o país vizinho estava “em primeiro lugar na fila” e que o Brasil não se encontra em “situação emergencial” para ingressar na organização.
O deputado se refere à provável eleição de Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, para suceder Maurício Macri na Argentina. A troca de comando deve alterar o entendimento do país em relação ao alinhamento com os Estados Unidos e a acordos comerciais.
Eduardo, que mira o cargo de embaixador em Washington, tem vendido a proximidade com o presidente americano, Donald Trump, como o maior trunfo para conquistar os votos necessários dos senadores. Ele disse que “de forma alguma” sua indicação será prejudicada em função da escolha da Argentina para a OCDE.
O Brasil abriu mão de tratamento especial na OMC para atender aos requisitos que os Estados Unidos exigiam em troca do apoio na OCDE. Para Eduardo, não houve precipitação da diplomacia brasileira no caso. “É mais vantajoso ter um selo OCDE. Se você quer ser um país rico, tem que atender aos requisitos dos países ricos. A precipitação foi o vazamento de um documento que não era público”, disse o deputado, em alusão à carta divulgada pela imprensa em que os EUA priorizavam o ingresso de Argentina e Romênia na organização.