‘Não entendemos a razão’, diz Paulo Teixeira sobre demora para queda da taxa de juros

O Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, falou sobre a ata do Copom publicada nesta terça-feira (27). Em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta-feira (28), ele comentou a dificuldade que as taxas de juros altas têm trazido para o país, e principalmente para o setor da agricultura familiar.

Paulo Teixeira se somou aos pedidos do presidente Lula e de integrantes do governo que pedem pela queda da taxa de juros. Que, segundo ele, é fruto de “teimosa” do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“Diminuir juros hoje é fundamental, e eu acho que está passando da hora. Há uma certa teimosia que não se entende, nós não estamos entendendo a razão dessa teimosia. Mas a ata ontem indicou que eles podem abaixar julho e agosto, e nós vamos lutar para que isso aconteça”, definiu.

O governo federal deverá publicar nesta quarta o Plano Safra para a agricultura familiar, um dia depois de anunciar o crédito de R$ 364 bilhões para médios e grandes produtores. Para o ministro, no entanto, os juros altos são um dos principais entraves para a produção agrícola familiar. E não há motivo para que continuem tão altos, em sua avaliação.

“Eu estava lendo a ata, e a ata indica que eles vão abaixar os juros. Acho que não tem jeito, em agosto não terá como o Banco Central não diminuir os seus juros porque todos os índices da economia são bons: a diminuição da inflação, o crescimento do PIB, a bolsa está indo bem, o dólar está baixando, há um equilíbrio econômico que indica que tem que baixar os juros”, argumentou.

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, a agricultura familiar depende da inflação para uma melhor produção de alimentos pelos médios e grandes produtores, e o setor é o que tem os números mais altos em todo o país.

“Eu acho que a renitência do presidente do Banco Central não poderá continuar. Está passando da hora da diminuição dos juros, acho que em agosto eles têm que diminuir juros. Para nós, da agricultura familiar, é fundamental a diminuição de juros porque os recursos que serão anunciados hoje serão muito maiores, e esses recursos serão destinados à produção de alimentos que interferem na inflação. Hoje a inflação de alimentos no Brasil é muito mais alta que a inflação geral. (…) e esse recurso que será anunciado hoje será destinado a essa produção”, explicou o ministro.