Detido na semana passada por supostamente ter xingado o ex-presidente Lula de ladrão em Montes Claros, no interior de Minas Gerais, o homem de 50 anos, que pede para não ser identificado, negou a revista Veja, ter proferido qualquer ofensa ao líder petista e reclamou de abusos cometidos pela Polícia Federal no dia que tudo aconteceu. M.F.T.S mora na cidade com a mulher e foi empresário até a pandemia obrigá-lo a fechar o negócio: venda de açaí. Agora, cursa mediação judicial.
O rapaz contou a reportagem que estava voltando para casa no momento que foi abordado pela polícia. Ele estava de passando de carro, enfeitado com adesivos de Bolsonaro, próximo ao comboio que levava Lula para as agendas de campanha que cumpria em Montes Claros. “Eu não chamei Lula de ladrão. Mas muita gente perto de mim estava chamando. Só que a PF me pegou, porque estava ao lado de um carro que possivelmente estava o Lula”, disse. “Eu não o vi em momento nenhum. Muito menos o xinguei”, acrescentou.
O empresário reclamou dos abusos que teria sofrido por parte do delegado da Polícia Federal que o abordou. Ele foi levado para a delegacia, onde disse ter ficado por cerca de cinco horas. “O delegado da PF excedeu muito. Acho que era para mostrar serviço para o pessoal do ex-presidente. Fui conduzido para a delegacia da Polícia Militar. Um absurdo”, relatou, acrescentando que pensa em processar o policial. Procurada, a PF não se manifestou até a publicação desta reportagem.