A pré-candidata da Rede à Presidência da República Marina Silva disse na noite desta última sexta-feira (22) que não mudará seu posicionamento nas eleições para captar o eleitorado petista, caso o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, não possa concorrer.
“Acho que as pessoas me respeitam muito mais porque eu não faço uma adaptação do discurso para tentar canibalizar os votos do PT”, disse a presidenciável em entrevista à jornalista Mariana Godoy, na RedeTV, veiculada na noite de sexta-feira. “Eu tento convencer as pessoas de que eu sou uma alternativa boa para o Brasil, porque sou capaz de reunir as pessoas. Porque temos uma proposta, que temos trabalhado nela desde 2010 para mudar o Brasil de verdade, e porque não temos preconceito com nenhum dos partidos”, completou Marina, que concorre neste ano pela terceira vez ao Palácio do Planalto.
Divulgada no início de junho, a última pesquisa de intenção de votos do Datafolha revela que Marina é herdeira de parte dos votos, caso o ex-presidente não esteja nas urnas de outubro. Com Lula na pesquisa, Marina aparece com 10%; sem o petista, com 15%.
A pré-candidata concorreu em 2014 pelo PSB e em 2010, pelo PV. Antes disso, foi deputada, senadora e ministra do PT. Comandou o Meio Ambiente na gestão de Lula.
Aborto
Questionada pela apresentadora sobre como se posiciona a respeito do aborto, Marina voltou a defender uma saída por plebiscito. “Minha posição (pessoal) é contra, mas eu defendo plebiscito, para que se faça o debate”, disse a pré-candidata, que é evangélica.
“O que todos queremos é que ninguém tenha uma gravidez indesejada. E não imagino que alguém possa defender aborto como método contraceptivo”, completou.
A interrupção da gravidez no Brasil é legalizada apenas nos casos de estupro, má formação do feto (anencefalia) ou risco de vida da mãe.