Um homem de 26 anos confessou ter matado a namorada e colocado o corpo dela numa mala, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, segundo a Polícia Civil informou nesta segunda-feira (21). O crime ocorreu na noite de quinta-feira (17) no apartamento em que a vítima morava, motivado por ciúmes, segundo a polícia.
O corpo da médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, foi encontrado nu, dentro de uma mala e com várias perfurações por faca, no final da tarde de sexta-feira, 18, no apartamento em que ela morava, no terceiro andar de um prédio na Vila Redentora.
Na noite de sábado (19) o namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, foi preso temporariamente por 30 dias, suspeito de ter cometido o assassinato. Ele estava na casa da mãe dele, na mesma cidade.
O delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, titular da Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São José do Rio Preto, responsável pela investigação, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 21, que Silva prestou novo depoimento e confessou o crime – no primeiro, ele havia dito não se lembrar do que acontecera na noite de quinta-feira.
No segundo depoimento, conforme o delegado, Silva contou que havia consumido cocaína e ecstasy, além de duas cervejas, e começou a discutir com a namorada por ciúmes. Depois atacou-a a facadas, matando Thallita.
Silva então colocou o corpo da médica dentro de uma mala e pretendia levar o cadáver embora. Mas, constatou que a mala estava rasgada e, por isso, desistiu desse plano.
O rapaz permaneceu no apartamento da namorada até a tarde de sexta-feira. Desde a noite anterior, estava se passando pela namorada para responder mensagens de familiares dela por um aplicativo de conversa.
Silva só saiu do prédio às 16h13 de sexta-feira, abandonando o corpo da médica no apartamento. Ele pegou um táxi e desembarcou em frente a uma lanchonete onde já havia trabalhado.
O motorista que fez essa corrida prestou depoimento e contou ter notado um forte cheiro de carne no corpo do passageiro. Perguntou ao passageiro sobre isso e ele respondeu, mentindo, que era em função do trabalho em uma lanchonete.
A mãe de Thallita estranhou a conversa da filha, que por aplicativo disse estar ocupada e não poder conversar, e o posterior sumiço dela, e pediu que uma amiga da médica fosse até o apartamento da médica.
Ao chegar, a mulher perguntou ao porteiro se Thallita estava em casa e ele disse não tê-la visto saindo em momento nenhum. Então, a amiga foi até a porta, mas ninguém atendeu. Ela saiu, avisou a polícia e policiais militares a acompanharam até o imóvel, que foi arrombado. A amiga e os policiais encontraram o corpo da médica.
A vítima
A família de Thallita é de Guaratinguetá, cidade paulista do Vale do Paraíba, mas ela morava em São José do Rio Preto desde 2016, quando começou a cursar Medicina na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). A jovem concluiu o curso em 2021 e atualmente trabalhava como plantonista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Bady Bassit.
O namoro com Silva começou há cerca de três anos, e há cerca de um ele passava vários dias por semana na casa dela – onde ficava mesmo quando ela viajava para Guaratinguetá para visitar a família. Para o delegado, embora o crime tenha parecido ser passional, na verdade é patrimonial: o rapaz dependia financeiramente da namorada e, além do ciúme, tinha receio de que ela terminasse o relacionamento.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Silva. O espaço está aberto para manifestações.