Herzem Gusmão (MDB), de 72 anos, tem outra preocupação em mente além de se recuperar da covid-19: conseguir tomar posse como prefeito reeleito de Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. Internado na UTI do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vereadores de oposição não deixaram, na sexta-feira (1º), um advogado de Herzem ser empossado com a procuração dada pelo emedebista.
Após a sessão solene, que foi encerrada apenas com a vice-prefeita eleita, Sheila Lemos (DEM), empossada, a equipe de Herzem tenta, mais uma vez, empossar Herzem por procuração. Caso não consigam, também está sendo cogitada a possibilidade do prefeito eleito tomar posse virtualmente, dentro dos 10 dias permitidos pela Lei Orgânica municipal.
“Vamos aguardar essa sessão deliberativa da Câmara, pra ver se ele toma posse por procuração. A gente tem esperança que, na próxima semana, ele possa tomar posse virtual. Ele não pôde ontem porque os médicos não liberaram”, disse ao Bnews o advogado Ademir Ismerim, que esteve na Câmara Municipal na sexta com a procuração dada por Herzem, mas não foi possível.
Durante a sessão, Ismerim apelou aos vereadores para prorrogarem o prazo de 10 dias para a posse, caso o prefeito eleito não consiga ser empossado a tempo. “Se vencer 10 dias e ele não voltar pro convívio de Conquista, haverá pedido, por minha parte, que sou procurador dele, pra ampliar esse prazo. O que acho que, diante da pandemia, nenhum vereador é contra”, disse o advogado.
Procurado pela reportagem, o presidente da Câmara de Vitória da Conquista, vereador Dudé (MDB), afirmou que a Lei Orgânica não permite a posse por procuração, mas há um consenso na Casa para que Herzem assuma virtualmente dentro do prazo de 10 dias, ou, caso necessite, os vereadores autorizem ampliar o prazo.
“Mas precisamos ser provocados pela equipe médica com o tempo necessário de ampliação para ele tomar posse. Há um consenso na Casa que daremos o prazo necessário para fazer a sessão. 30 dias, 60 dias, 180 dias”, disse o vereador.