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segunda-feira 17 de outubro de 2022 às 08:02h

Na reta final, crise entre campanha de Bolsonaro e equipe jurídica atinge nível máximo

ELEIÇÕES 2022, NOTÍCIAS


A crise entre integrantes da campanha de Bolsonaro e a equipe jurídica responsável por atendê-la chegou segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, ao grau mais elevado na reta final da eleição. O incômodo com a demora e a falta de iniciativa da equipe coordenada pelo ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tarcísio Vieira já era latente, mas escalou no último fim de semana. O motivo foi a disseminação do vídeo em que Bolsonaro falou sobre meninas venezuelanas.

Integrantes do QG de Bolsonaro relataram que a equipe jurídica só acionou a Justiça Eleitoral para retirar o conteúdo do ar e derrubar postagens relacionadas à entrevista após a campanha pressioná-los para agirem com agilidade. Os auxiliares do presidente consideravam que uma vitória no TSE era essencial para ser explorada no debate da Band. A decisão do presidente da corte, Alexandre de Moraes, saiu cerca de uma hora antes do programa começar, para alívio dos estrategistas de Bolsonaro.

Um dos principais incômodos da campanha de Bolsonaro com o seu jurídico está segundo Bela Megale relacionado a notícias que alegam ser falsas. Há também forte crítica sobre a demora em acionar na Justiça o deputado federal André Janones, um dos principais cabos eleitorais de Lula na internet.

No sábado, a campanha do presidente pediu ao TSE a suspensão de todas as contas do parlamentar nas redes sociais. Na sexta-feira, Janones disse à coluna que a campanha do presidente reclamava que suas postagens não eram retiradas do ar, mas pontuou que não tinha sido acionado pelos advogados do presidente.

A avaliação de integrantes do QG bolsonarista é que Tarcísio Vieira agiria pouco para não se indispor com seus antigos colegas do TSE, já que ele chegou a ser ministro do tribunal. Procurado, ele não quis comentar.

Dados do TSE mostram que a equipe jurídica de Lula apresentou, entre o início da campanha até 10 de outubro, 67 pedidos questionando fake news dos adversários, enquanto os representantes de Bolsonaro acionaram a corte sobre esse tema sete vezes no mesmo período.

Aliados do presidente, como as deputadas federais reeleitas Carla Zambelli e Bia Kicis, também fizeram queixas a interlocutores de Bolsonaro sobre a morosidade da equipe jurídica. A reclamação comum dos aliados é que estão sendo acionados no TSE pelos petistas e não veem reação por parte do jurídico da campanha do presidente.

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