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sexta-feira 14 de fevereiro de 2025 às 09:35h

Na onda da reforma ministerial, base e oposição miram cargos da Petrobras

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Não é só a reforma ministerial que está movimentando o Centrão em Brasília. Lideranças do Congresso, incluindo as da oposição, querem aproveitar a onda de mudanças esperada no governo Lula para emplacar apadrinhados também na Petrobras.

Embora a atual presidente da companhia, Magda Chambriard, esteja no cargo há oito meses, ela não trocou todos os diretores quando assumiu, e em Brasília se espera que ela faça as substituições em breve – de preferência por seus aliados.

Essas diretorias – de Logística, de Transição Energética e até a de Compliance, em que o titular é escolhido por lista tríplice formada por uma empresa de recrutamento – agora estão na mira dos políticos que orbitam em torno da empresa.

Os três cargos estão nas mãos de executivos que Magda já pretendia trocar no início da sua gestão – Claudio Schlosser, Maurício Tolmasquim e Mário Spinelli, respectivamente.

Até onde se sabe, porém, Magda resiste, e tem afirmado a interlocutores que não vai abrir espaço para o Centrão na empresa. A CEO até já abriu espaço para indicações políticas na estatal no ano passado, como mostramos no blog, mas o movimento foi restrito ao PT e a sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A diretoria mais cobiçada é a de Logística – antiga divisão de Abastecimento, que esteve no centro dos escândalos do Petrolão, loteada pelo PP e o então PMDB, e comandada por Paulo Roberto Costa e sob o controle de lideranças políticas à época como José Janene (PP), morto em 2010, e Eduardo Cunha (PMDB).

De olho no cargo estão os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ) e João Carlos Bacelar (PL-BA) – egressos desse grupo político, eles agora estão no PL de Jair Bolsonaro, e mesmo assim vez por outra pleiteiam espaço na Petrobras, alegando que um terço da bancada do partido vota com o governo no Congresso.

De acordo com fontes da Petrobras, eles têm mandado recados para o governo por meio de deputados ligados a Lula, e esses recados chegaram à cúpula da companhia. Tanto na petroleira como no Planalto contam que, na gestão de Jean Paul Prates, eles tentaram indicar apadrinhados para gerências executivas subordinadas à diretoria de Logística. Não conseguiram.

Agora que passou a circular na Petrobras a informação de que Magda trocaria os diretores, novos recados chegaram ao governo.

Interlocutores de Altineu, no entanto, negam qualquer relação do deputado com a disputa e atribuem o apetite pela Petrobras à ala mais governista do PL, citando nominalmente Bacelar como o responsável pela pressão.

Ainda segundo esses mesmos aliados, Bacelar, que é da Bahia e próximo do ministro da Casa Civil, Rui Costa – um dos fiadores da indicação de Magda em 2024 – considera que teria direito a pleitear algum espaço. Bacelar, porém, também nega qualquer intenção de controlar a diretoria.

Em nota enviada à equipe da coluna, ele afirmou que “o diretor que está prestes a ser demitido está usando indevidamente o nome do deputado e do PL para prejudicar alguns funcionários da empresa. Não existe nenhuma articulação da parte do deputado e do PL no sentido de ocupar cargos no governo ou Petrobras”.

Nossa mensagem a Bacelar, porém, não mencionava nenhuma diretoria específica.

No caso das outras diretorias na mira dos políticos – Transição Energética e Compliance –, quem gostaria de ampliar sua influência na empresa é o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do PSD.

Ele indicou conselheiros e também integrantes dos comitês internos por onde passam assuntos estratégicos para a companhia, mas tem interesse em projetos ligados à diretoria de Tolmasquim, que está sempre cotado para ser substituído.

Mas a CEO da Petrobras, que já cogitou tirar Tolmasquim do cargo, por enquanto tem tentado segurá-lo no cargo para não ter que colocar alguém do Centrão no posto.

O único diretor que de fato deixará a Petrobras em breve é Mário Spinelli, de Compliance, que tem mandato fixo de dois anos terminando em abril e não pretende pleitear a renovação.

Consultada pela equipe da coluna, a Petrobras não se manifestou.

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