Membros de torcidas organizadas, aposentados e militantes argentinos entraram em confronto violento com a tropa de choque da polícia em Buenos Aires, na tarde desta última quarta-feira (12). O embate ocorreu nas proximidades do Congresso Nacional, durante uma manifestação contra a reforma da previdência do governo Javier Milei.
De acordo com o jornal Clarín, as primeiras informações apontam que 60 pessoas foram presas e centenas ficaram feridas.
Imagens registraram participantes atirando objetos contra as forças de segurança, que responderam com jatos d’água e gás lacrimogêneo. Veículos, incluindo uma viatura da polícia, foram incendiados.
Si esto 👇hubiera ocurrido en Venezuela, los periodistas de LN+ pedirían la intervención de 🇺🇸 pero como es en la #Argentina🇦🇷 de Milei, la policía actúa correctamente. Escuchen: pic.twitter.com/VnTLcdt5Gh
— Carlos Montero (@CMonteroOficial) March 12, 2025
A manifestação começou com aposentados que reivindicam reajustes nas pensões e alegam ter perdido o poder de compra devido à inflação e às recentes medidas econômicas de Milei.
Em apoio, torcedores organizados — conhecidos na Argentina como Barras — participaram em peso da manifestação. Segundo o jornal La Nación, integrantes de torcidas de pelo menos 30 clubes estiveram presentes.
Poucos minutos após o início do protesto, a tensão aumentou quando a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou no X (antigo Twitter) que as forças argentinas mantinham o controle e garantiam a circulação nas ruas. Após a declaração, torcedores organizados e militantes reagiram, avançando em direção às forças policiais, dando início ao confronto.
Apoio de torcedores
Os protestos dos aposentados na Argentina têm sido constantes e marcados por repressão policial. Recentemente, torcidas organizadas anunciaram apoio às manifestações, ampliando o conflito com o governo do presidente Javier Milei.
Segundo o jornal La Nacion, o movimento começou após um telefonema de torcedores do Chacarita Juniors. Nos últimos dias, clubes como Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing, Estudiantes, Gimnasia y Esgrima La Plata, Argentinos Juniors, Tigre, Lanús, Ferro Carril Oeste, All Boys, entre outros, aderiram ao movimento. As mensagens, muitas vezes anônimas, traziam slogans como: “Estamos com os aposentados” e “Nós iremos à marcha”.
Diante da crescente adesão, o Ministério da Segurança anunciou medidas rígidas contra os torcedores que participassem dos protestos. “Medidas rigorosas serão implementadas para garantir a ordem e a segurança públicas”, declarou a pasta.
As autoridades alertaram que qualquer pessoa envolvida em atos ilícitos será identificada e detida. Além disso, quem for flagrado em condutas violentas terá a Restrição Administrativa de Comparecimento, ficando proibido de entrar em estádios de futebol em todo o país.