O presidente argentino, Javier Milei, defendeu, nesta terça-feira (5) o plano de ajuste econômico que tem aplicado desde que chegou ao poder em dezembro e estimou que a inflação continuou a desacelerar e, em fevereiro, rondará os 15%. O presidente, economista ultraliberal e de extrema-direita, afirmou a produtores agrícolas reunidos na feira agroindustrial Expoagro “que há consenso de que o indicador do mês de fevereiro ficará em torno de 15%, quase cinco pontos menos do que em janeiro”.
O aumento mensal no índice de preços ao consumidor argentino em dezembro foi de 25,5% e em janeiro de 20,6%, enquanto o avanço anual alcançou 254,2%.
A inflação é a principal preocupação dos argentinos, segundo pesquisas de opinião. No âmbito do seu plano ortodoxo, o governo Milei realizou uma desvalorização do peso de mais de 50% logo após tomar posse em 10 de dezembro, o que acelerou a inflação.
Ele também implementou uma desregulamentação de preços que estavam controlados e eliminou subsídios a determinados setores como transporte público e energia.
O cenário impulsionou a pobreza, que segundo o governo afeta seis em cada 10 argentinos, aumentando a agitação social e as exigências de aumentos salariais e ajudas estatais.
Milei defendeu o reajuste e destacou que, em janeiro, os gastos do Estado foram reduzidos em 30% e, em fevereiro, em 36%.
O presidente argentino também disse aos jornalistas após seu discurso aos produtores agrícolas da cidade de San Nicolás, na província de Buenos Aires, que seu governo espera suspender as restrições que existem no mercado de câmbio no meio do ano, assim que conseguir sanear o balanço de reservas do banco central.