De forma preventiva, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destacou nesta última quinta-feira (23) aos gestores municipais medidas básicas que devem ser adotadas em casos suspeitos de transmissão do coronavírus no Brasil. A atual disseminação da chamada Síndrome Respiratória do Oriente Médio já infectou cerca de 500 pessoas, com ao menos 25 mortes confirmadas na China, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Até o momento, não existe vacina para os coronavírus, porém já existem protocolos para o tratamento.
Como o contágio ocorre por via respiratória, o que facilita a rápida disseminação do vírus, vários países estão em alerta e monitorando viajantes. Foram confirmados a presença do vírus nos seguintes países — China, Arábia Saudita, Cingapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Tailândia, Taiwan e Vietnã. O primeiro caso nas Américas foi detectado e confirmado nos Estados Unidos. No Brasil, havia uma suspeita em Minas Gerais, mas a Secretaria de Saúde do Estado rapidamente a descartou, ratificado pelo Ministério da Saúde. Portanto, não há casos registrados no país.
É importante ressaltar que a tendência de disseminação aumenta se não houver uma intervenção epidemiológica adequada, com risco de ocorrer uma epidemia. O assunto, portanto, merece atenção das autoridades de saúde.
Diante da situação de avanço da doença, a CNM recomenda aos gestores locais, principalmente de Municípios que têm grandes fluxos migratórios, que fiquem mais atentos às medidas de prevenção, especialmente em portos e aeroportos. Além disso, a rede de atenção à saúde deve se organizar para detecção e diagnóstico rápidos e reação oportuna junto aos possíveis casos.
A equipe técnica de Saúde da Confederação informa que a circulação do coronavírus não está em estado de emergência. Porém, os Municípios, devem se preparar para o caso de a síndrome chegar ao Brasil. Entre as medidas preventivas estão as principais ações de higiene, como lavar as mãos frequentemente e evitar o contato com pessoas e animais doentes ou que estiveram presentes em regiões afetadas. Abaixo segue um quadro para identificação de casos suspeitos com notificação obrigatória:
Presença dos sintomas | Situação para suspeita |
Febre E sintomas de dificuldades respiratórias
Tosse |
Viajou para as regiões de transmissão nos últimos 14 dias ou teve contato próximo com casos suspeitos. |
Febre OU sintomas de dificuldades respiratórias
Tosse |
Nos últimos 14 dias teve contato próximo com casos confirmados em laboratório. |
A definição de suspeito para a Síndrome Respiratória do Oriente Médio – MERS-CoV é o mesmo utilizado no sistema de vigilância para influenza. Quando houver suspeita de infecção, é preciso investigar o caso e que o profissional de saúde faça a notificação imediata em até 24 horas ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde Nacional (Cievs) pelo telefone 0800 644 6645 ou e-mail notifca@saude.gov.br.
As informações devem ser inseridas na ficha de notificação disponibilizada on-line e o CID10 que deverá ser utilizada é a: B34.2 – Infecção por coronavírus de localização não especificada. A amostra deverá ser encaminhada para o LACEN de referência do seu Município, que encaminhará as amostras para o Laboratório de Vírus Respiratório da Fiocruz-RJ, que é o laboratório de referência nacional para a síndrome.
Por ora, o governo federal informou que monitora a situação dos casos de contaminação pelo vírus no mundo e acompanha a definição do protocolo de emergência definido pela OMS, no qual devem constar as próximas orientações e ações de saúde a serem tomadas no Brasil. Para dúvidas de notificação ou tratamento, pode ser consultado o manual de atendimento da influenza do Ministério da Saúde, que é o protocolo de referência em casos de epidemia no país.
Os principais sintomas encontrados nos pacientes infectados pelo coronavírus, que devem ser notificados em caso de detecção, são:
1-Pneumonia indeterminada
2-Febre alta (acima de 38º)
3-Tosse ou dificuldade de respirar
4-Contato com pessoas que estão em suspeita de contaminação ou contaminadas
Medidas de prevenção
• Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento.
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
• Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar.
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
• Manter os ambientes bem ventilados.
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de infecção respiratória.