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Foto: Reprodução/Prefeitura de Simões Filho
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domingo 27 de agosto de 2023 às 08:08h

Município da região metropolitana de Salvador será a cidade baiana que mais perderá recursos com o Censo

NOTÍCIAS, RMS


Das 229 cidades baianas que perderam população, segundo o Censo 2022, 105 vão ter segundo Daniel Aloisio, do jornal Correio da Bahia, perdas de receitas. No entanto, nem todas as cidades serão impactadas da mesma forma. Camacan, Macaúbas, Maragogipe, Simões Filho e Ubatã vão ter cortes mais severos. Isso acontecerá, pois o número de habitantes é critério para os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é a maneira como a União distribui verbas para as cidades brasileiras.

Localizada na região metropolitana de Salvador, Simões Filho é a maior cidade baiana que mais vai perder recursos com o Censo. Lá, a população caiu de 118 mil, em 2010, para 114 mil, em 2022. A diferença foi pequena, apenas 4 mil habitantes a menos. O problema segundo o jornal Correio, é que a pesquisa estimada do IBGE, utilizada para o cálculo do FPM, apontava que a população da cidade, em 2021, seria de 137 mil.

Para o prefeito Diógenes Tolentino (MDB), de Simões Filho, só restou a surpresa. “A gente entrou com um processo questionando os dados. Nossa previsão era alcançar 150 mil habitantes. No CadÚnico, temos 49 mil famílias inscritas. Considerando uma média de três pessoas por família, dá quase 150 mil”, disse. O coeficiente do FPM da cidade vai sair de 3.6 para 3.2. “É realmente um impacto profundo nas nossas finanças. Além da falta de planejamento, pois se trabalha com uma cidade com mais habitantes do que o número oficial”, afirmou,

Uma das ações que o prefeito disse que deve promover é contratar uma instituição independente para fazer uma espécie de recontagem populacional em Simões Filho. “Se o resultado estiver compatível com o resultado final do IBGE, então tem credibilidade. Mas se aconteceram distorções, é preciso avaliar o que houve”, concluiu. Ele não informou se há prazo para a realização dessa recontagem.

Mariana Viveiros, supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, disse que a recontagem é um direito de cada cidade, mas ressaltou que a atribuição formal de fazer o censo é do IBGE. “E não fazemos de qualquer forma. Usamos metodologias compartilhadas internacionalmente. A gente não faz censo a partir de questões que nós decidimos individualmente ou do que é mais interessante num momento ou no outro”, comentou.

Contenção

Apesar de tentar reverter o número de habitantes, Diógenes Tolentino (MDB) disse que já começou a fazer ajustes para lidar com a nova realidade financeira. “Estamos tomando medidas de contenção e revisando nosso planejamento”, garantiu. Quem depende dos serviços públicos teme que isso cause impactos no dia a dia. O auxiliar de logística Wenslon da Silva, 28 anos, tem três filhos que estudam em escolas municipais. “A gente sempre fica com um pé atrás, é claro”, disse.

Para o rapaz, a redução na população da cidade pode ser explicada pela dificuldade na oferta de empregos. “Eu tenho vários colegas que saíram daqui, pois foram procurar coisas melhores em outros lugares. Tenho colegas que até saíram do país, foram para Portugal. Eu mesmo fiquei quatro anos desempregado e só arranjei emprego há oito meses”, contou.

De acordo com o IBGE, desde 2002 que Simões Filho tinha aumento constante no Produto Interno Bruto (PIB) até chegar à marca de quase R$ 6 bilhões em 2018. Depois disso, o PIB começou a cair para R$ 5,5 bilhões, em 2019, e R$ 5 bilhões, em 2020.

“Mesmo antes da pandemia, a indústria, que já chegou a ser a principal atividade econômica do município, no início dos anos 2000, vinha mostrando uma tendência mais geral de redução do valor gerado: caiu de 2016 para 2017, de 2017 para 2018 e de 2019 para 2020”, relatou Mariana Viveiros. Hoje, o setor de serviços é a principal atividade econômica da cidade.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que Simões Filho é a 3ª cidade mais violenta do Brasil, atrás apenas de outras duas cidades baianas: Jequié e Santo Antônio de Jesus. Em Simões Filho, foram registrados 87,4 homicídios por 100 mil habitantes, em 2022.

O próprio IBGE teve dificuldades para realizar o censo na cidade por questões de segurança. “Precisamos colocar pessoas do nosso quadro que já conhecem a região, que já fazem outras pesquisas e conhecem os desafios. Tivemos também que negociar entrada em locais onde há dificuldades com a segurança pública, mas conseguimos finalizar. E temos confiança nos resultados”, afirmou Viveiros.

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