Pesquisa realizada pela Grant Thornton, empresa global de auditoria, consultoria e tributos, mostra que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil. O resultado representa um avanço significativo comparado a 2019, quando a proporção era de 25%. No topo da lista dos cargos mais ocupados por mulheres aparece a diretoria de recursos humanos, com 43% de participação. Na diretoria executiva, as mulheres marcam posição em cargos na área financeira (34%). Elas ainda ocupam mais cargos de apoio (RH, marketing e finanças) em vez de executivos (CEOs).
“No entanto, o Brasil se diferencia do resto do mundo ao apresentar mais mulheres em cargos de CFO. Vale reforçar que todas as áreas apresentam oportunidades para as mulheres e é preciso quebrar barreiras para aquelas que ainda resistem a presença feminina, pois um primeiro movimento gera grandes transformações em toda a estrutura, já que uma mulher em cargo de diretoria aumenta em até quatro vezes o espaço para mais mulheres em cargos de liderança na mesma companhia”, afirma Dhafyni Mendes, Co-founder da Todas Group, plataforma digital que democratiza o acesso de líderes femininas em jornadas profissionais.
Estudo da consultoria McKinsey mostra que a presença de mulheres no mercado de trabalho e em cargos de liderança pode gerar um aumento de até US$ 12 trilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025. No Brasil, o acréscimo seria de cerca de US$ 410 bilhões.
“Líderes femininas têm melhor desempenho social, são melhores em reter talentos, trabalha com empatia, resiliência e visão autêntica para negócios. Por isso, podemos afirmar que empresas lideradas pelo sexo feminino se tornam mais admiradas e lucrativas. A presença feminina na corporação tem impacto direto nos resultados”, completa Mendes.
Mesmo com o aumento da proporção de mulheres na liderança de empresas, as dificuldades ainda são muitas. O Women Innovation Network (WIN) conecta lideranças femininas para debaterem sobre tópicos dentro do universo da inovação e foi constituído por meio da integração de líderes de diferentes companhias. O grupo é coordenado por Mary Alejandra Ballesta Estrada, diretora de Inovação e Negócios Digitais do Grupo Stefanini, multinacional brasileira de tecnologia que auxilia os clientes no processo de transformação digital de negócios. Para a executiva, o propósito é um fator imprescindível na busca por protagonismo.
“Você já se perguntou qual a marca que você ou a sua empresa deseja deixar no mundo? Nesse mundo BANI (frágil, ansioso, não linear e incompreensível) em que vivemos, as empresas que se adaptarem às mudanças à medida que forem transformadas, estarão mais próximas de assumir um protagonismo no cenário organizacional. O que significa que a originalidade, também conhecida como ‘capacidade de inovação’, está ao alcance de todos. Para crescer e alavancar minha carreira, um dos segredos foi não me sentir menos por ser mulher. Portanto, recomendo que as mulheres abracem o que são, com tudo que as caracteriza. Isso também significa que nós não temos que concorrer ou nos comparar com os homens. Ser nós mesmas é o que nos faz brilhar”, afirma Mary Ballesta.
A diretora de Gente e Cultura da Stefanini, Carla Alessandra de Figueiredo, defende o equilíbrio da vida pessoal com a vida profissional e destaca o sentimento de cuidado com os colaboradores, pois acredita na conexão das pessoas, unindo inovação e excelência nos negócios.