A presença de mulheres em cargo de liderança está avançando em um ritmo lento, apontam dados do LinkedIn. Brasileiras em posições de gerência são 31,8% em 2024, contra 28,5% em 2015 quando foi formulada pela primeira vez a pesquisa.
Globalmente, os números tampouco mostram um avanço robusto. Em 2015, as posições de liderança ocupadas por mulheres eram 27,5%. No ano passado, a taxa chegou a 30,6%. A pesquisa aponta ainda que mulheres eram 41,9% das força de trabalho há nove anos, e são agora 43,4%.
Os dados apontam que na média global o crescimento das mulheres nestes cargos desacelerou. Desde 2021, o avanço foi de apenas 0,5 ponto percentual. No Brasil, o crescimento no período foi de 0,1 ponto percentual.
“Ao olharmos para o topo das organizações e analisarmos a presença feminina, vemos que o número de mulheres diminui drasticamente. Essa disparidade é ainda mais acentuada em setores como tecnologia e serviços financeiros, onde a diferença de gênero é mais marcante, com quedas de até 40% e 46%, respectivamente, ao longo da progressão de carreira”, alerta Ana Claudia Plihal, Head de Soluções para Talentos do LinkedIn Brasil.
Para a executiva, mudanças culturais nas empresas e ações diretas são necessárias para valorizar o trabalho que as mulheres já desempenham dentro das organizações.
A publicação do estudo, no entanto, acontece em um momento em que muitas empresas caminham na direção contrária. Após a eleição de Donald Trump, grandes companhias com atuação internacional anunciaram diminuições ou encerramento de seus programas de apoio à diversidade.
Mulheres na liderança em diferentes países
Ao comparar diferentes países, o Brasil ocupa a 29ª posição entre 74 monitorados. Países nórdicos e o sudeste asiático possuem em geral a maior representação, enquanto o Oriente Médio e o sul asiático concentram as piores.
Em primeiro lugar está a Finlândia, com 44,7% das posições de gerência ocupadas por mulheres. Seguem as Filipinas (43,6%), Jamaica (41,8%), Barbados (40,6%), e Trinidade e Tobabo (39,8%).
Já as menores proporções de mulheres na liderança foram registradas na Arábia Saudita (11,5%), Maldivas (10,2%), Paquistão, (11,6%), Blangadesh (11,8%) e (17,2%).
Veja o ranking completo:
# | País | Posições de liderança ocupadas por mulheres |
1 | Finlândia | 44,7% |
2 | Filipinas | 43,6% |
3 | Jamaica | 41,8% |
4 | Barbados | 40,6% |
5 | Trinidade e Tobago | 39,8% |
6 | Letônia | 38,5% |
7 | Romênia | 38,1% |
8 | Bahamas | 37,1% |
9 | Colômbia | 36,4% |
10 | Croácia | 35,5% |
11 | Costa Rica | 35,1% |
12 | Chile | 34,9% |
13 | Estados Unidos | 34,7% |
14 | Nova Zelândia | 34,2% |
15 | Singapura | 33,9% |
16 | Australia | 33,9% |
17 | Equador | 33,8% |
18 | Hong Kong | 33,5% |
19 | Lituânia | 33,5% |
20 | Uruguai | 33,5% |
21 | África do Sul | 33,1% |
22 | Peru | 33,0% |
23 | Canadá | 33,0% |
24 | Panamá | 32,9% |
25 | Estônia | 32,9% |
26 | República Dominincana | 32,4% |
27 | Malásia | 32,4% |
28 | Porto Rico | 32,0% |
29 | Brasil | 31,8% |
30 | Argentina | 31,6% |
31 | Polônia | 31,5% |
32 | França | 31,3% |
33 | Bolívia | 31,3% |
34 | Irlanda | 31,0% |
35 | Reino Unido | 30,9% |
36 | Itália | 30,9% |
37 | Ucrânia | 30,7% |
38 | Guatemala | 30,6% |
39 | Portugal | 30,0% |
40 | Quênia | 29,4% |
41 | Espanha | 29,3% |
42 | Holanda | 29,1% |
43 | Noruega | 28,2% |
44 | México | 28,1% |
45 | Venezuela | 27,6% |
46 | Suécia | 27,4% |
47 | Ilhas Maurício | 26,9% |
48 | Tchéquia | 26,9% |
49 | Grécia | 26,6% |
50 | Tunísia | 26,5% |
51 | Bélgica | 25,9% |
52 | Luxemburgo | 25,9% |
53 | Chipre | 25,4% |
54 | Suíça | 25,4% |
55 | Israel | 25,3% |
56 | Dinamarca | 25,2% |
57 | Gana | 24,7% |
58 | Malta | 24,0% |
59 | Austria | 22,4% |
60 | Marrocos | 22,4% |
61 | Turquia | 21,9% |
62 | Alemanha | 21,1% |
63 | Emirados Árabes Unidos | 20,9% |
64 | Bahrein | 20,4% |
65 | Algéria | 19,3% |
66 | Qatar | 19,1% |
67 | Jordânia | 18,1% |
68 | Índia | 17,6% |
69 | Egito | 17,2% |
70 | Nepal | 17,2% |
71 | Bangadlesh | 11,8% |
72 | Paquistão | 11,6% |
73 | Arábia Saudita | 11,5% |
74 | Maldívas | 10,2% |