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sexta-feira 8 de março de 2024 às 07:40h

Mulheres estudam mais, ganham menos e são minoria em cargos de gestão, aponta pesquisa

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Uma pesquisa realizada pelo site de empregos Vagas.com aponta que ainda há muito o que avançar no ambiente corporativo para que as mulheres tenham condições mais igualitárias e melhores oportunidades.

O levantamento analisou dados dos últimos cinco anos de mais de 8 milhões de currículos e destaca que, embora as mulheres representem a maioria na base dos currículos do site, com 56% contra 44% dos homens, elas ainda ganham em média 24% menos que os homens para a mesma função e são minoria em cargos de gestão.

Escolaridade

De acordo com os dados da pesquisa, as mulheres possuem maior nível de especialização, com 14,1% possuindo pós-graduação em comparação com uma taxa de 12,2% entre os homens. Já quanto aos níveis de escolaridade mais baixos, como fundamental e médio, a diferença na representatividade de homens e mulheres é pouco significativa.

Crédito: Vagas.com

Níveis dos cargos

Apesar das mulheres possuírem maior nível de especialização, quando se trata do nível dos cargos, elas têm a predominância em cargos operacionais, com 77% de ocupação nestes cargos, enquanto os homens possuem 73%. Nos cargos corporativos, há igualdade entre os dois gêneros. Já nos cargos de média e alta gestão, há uma inversão: homens são a maioria, com 11%, enquanto as mulheres aparecem com 7% dos cargos. Analisando detalhadamente os dados, percebe-se que os homens possuem maior presença acima dos níveis seniores. Ou seja, quanto mais alto o nível do cargo, maior é a discrepância entre profissionais masculinos e femininos.

Luciana Calegari, Especialista em Recrutamento e Seleção do Vagas, avalia que, mesmo se falando tanto de igualdade de gênero como na atualidade, isso ainda não se reflete de forma massiva no mercado de trabalho, e indica a importância de um maior engajamento das empresas na promoção de um ambiente igualitário. ”Ao analisarmos os níveis de cargos, percebemos uma clara predominância feminina em cargos operacionais, mas uma lacuna notável em cargos de média e alta gestão. Esse contexto destaca a necessidade de programas e políticas que incentivem a ascensão profissional das mulheres”, diz.

“Embora as mulheres apresentem maior nível de especialização acadêmica, essa vantagem não se traduz igualmente em oportunidades de carreira, sendo que elas ainda encontram diversos obstáculos na ascensão profissional a cargos de liderança, o que reforça a necessidade de uma atuação mais ativa das empresas na busca por uma equidade de gênero no espaço corporativo”, prossegue.

Diferença salarial ainda é grande

Um dos principais indicadores que ajudam a dimensionar a desigualdade de gênero é a disparidade salarial. O levantamento constatou que, em termos de salário médio, as mulheres (R$ 4.118) ganham 24% menos que os homens (R$ 5.106). Até o ano de 2020 essa diferença foi menor, porém deste ano em diante a diferença aumentou.

Crédito: Vagas.com

Quando comparados por níveis de cargos, a desigualdade é ainda maior quanto mais alto é o cargo. Em suma, as maiores diferenças salariais estão concentradas no nível de média e alta gerência. É o caso, por exemplo, dos cargos de supervisão/coordenação, gerência e diretoria, em que os salários podem ser maiores que os das mulheres em até 32%, 31% e 51%, respectivamente.

“A discrepância salarial entre homens e mulheres continua sendo uma questão preocupante, especialmente nos níveis de média e alta gerência, onde os homens recebem salários significativamente mais altos. Com isso, percebe-se que não basta apenas criar mecanismos que reduzam barreiras contra a participação de mulheres em cargos de liderança, mas, sobretudo, ações que promovam igualdade também para aquelas que já estão nessas posições, como a igualdade salarial, uma vez que mesmo ascendendo a esses cargos, muitas delas ainda ganham menos que seus pares do sexo masculino”, ressalta Calegari, que celebrou a aprovação da Lei 14.611, conhecida como Lei da Igualdade salarial, que pune empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função. “Acreditamos que essa iniciativa pode ajudar a melhorar esses indicadores. Mas é imprescindível também um engajamento maior das empresas nesta causa”, encerrou.

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