terça-feira 19 de novembro de 2024
Cartões de vacina da mulher de Mauro Cid que, segundo a PF, são ideologicamente falsos Foto: Foto: Reprodução
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sexta-feira 19 de maio de 2023 às 18:05h

Mulher de Mauro Cid admite que usou certificado falso de vacina, mas atribui fraudes ao marido

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Ao contrário do marido, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Gabriela Santiago Ribeiro Cid não ficou em silêncio no depoimento nesta sexta-feira (19) sobre as fraudes nos cartões de vacina da covid-19.

Ela se apresentou na sede da Polícia Federal em Brasília nesta tarde, acompanhada dos advogados, e atribuiu as falsificações a Mauro Cid. Também admitiu que usou o certificado para embarcar aos Estados Unidos. O depoimento durou cerca de três horas.

A investigação apontou que o primeiro comprovante de vacinação falsificado foi o de Gabriela no que seria um esquema para burlar exigências sanitárias em viagens internacionais durante a pandemia.

A versão de Gabriela é que ela de fato apresentou o certificado de imunização fraudado para viajar, mas que não sabe detalhes de como ele foi adulterado.

A PF identificou duas tentativas de inclusão de vacinas em nome dela: uma via Goiás e outra pelo Rio de Janeiro. Os investigadores cruzaram dados de geolocalização do celular de Gabriela e descobriram que, nas datas citadas nos cartões, em agosto e novembro de 2021, ela estava em Brasília – ou seja, não foi de fato vacinada.

Os dados de vacinação das três filhas do casal, Beatriz, Giovana e Isabela, e do próprio Mauro Cid, também teriam sido fraudados. A PF encontrou ainda cartões adulterados em nome de Bolsonaro e da filha mais nova dele, Laura.

O ex-presidente já deu sua versão e atribuiu a Mauro Cid a administração de sua conta no aplicativo ConecteSUS, usado para emitir os certificados. Os investigadores que trabalham no inquérito consideram que as provas reunidas até o momento contra o tenente-coronel são robustas. Resta saber se ele vai implicar Bolsonaro.

O ex-ajudante de ordens compareceu ontem para depor, mas decidiu ficar em silêncio. Mauro Cid e a mulher são defendidos pelos mesmos advogados, o que indica que, assim como Gabriela, ele também pode confessar os crimes em breve. O advogado Bernardo Fenelon, constituído pelo casal, não retornou contato da reportagem do Estadão.

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