Ministério Público Federal reforçou na última terça-feira (22) o pedido para que Aécio Neves perca o mandato de deputado federal. De acordo com o Bastidor, a Procuradoria quer que ele seja condenado pelo crime de corrupção passiva, em razão do recebimento de R$ 2 milhões em propinas de Joesley Batista, um dos donos da JBS.
O pedido consta nas alegações finais do processo que apura o caso junto à Justiça Federal de São Paulo. O caso foi investigado pela Polícia Federal, que filmou e acompanhou a entrega de parte da propina. O dinheiro foi repassado à irmã de Aécio, Andreia, em 2017.
O MPF diz que a propina tinha como objetivo “comprar boas relações” entre as empresas dos irmãos Batista e o parlamentar, que ainda era senador à época dos pagamentos.
A quantia foi paga em quatro parcelas, entregues em dinheiro vivo, que foram levadas de São Paulo a Minas Gerais. Consta também no processo uma gravação de Aécio Neves combinando os pagamentos, que seriam deixados com um primo dele, também réu no processo. O áudio foi captado por Joesley Batista e entregue aos investigadores quando o empresário realizou acordo de delação premiada.
No processo, a defesa de Aécio Neves argumentou que o deputado recebeu o dinheiro como um empréstimo concedido a ele por Joesley. O parlamentar, no entanto, não explicou o motivo de ter recebido a vultuosa quantia sem nenhum tipo de contrato ou garantia de pagamento.
Os procuradores também querem que Aécio, a irmã e os outros dois acusados repassem aos cofres públicos os R$ 2 milhões da suposta propina e outros R$ 4 milhões em danos morais.