A implementação efetiva de boas práticas na atenção ao parto e nascimento e a importância da vinculação da gestante a uma maternidade na qual será realizado seu parto foram discutidas na tarde de hoje, dia 9, na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA). A reunião foi aberta pela promotora de Justiça Mirella Brito, que apresentou o projeto estratégico do MP ‘Cegonha: Efetivando a Dignidade’, que atua na identificação dos desafios estruturais que impedem a realização de um atendimento humanizado às gestantes e parturientes, promovendo a resolução extrajudicial das irregularidades encontradas na prestação do serviço público nas unidades de saúde. Estiveram presentes gerentes e integrantes das unidades de saúde dos distritos Boca do Rio, Cabula-Beiru, Cajazeiras, Itapuã, Pau da Lima, São Caetano-Valéria e Centro Histórico.
O ‘Rede Cegonha’ contempla a realização de visitas e fiscalizações às maternidades, capacitação de gestores e operadores de saúde, realização de seminários para abordar o tratamento da sífilis e reuniões com integrantes dos órgãos da área de saúde. De janeiro a julho deste ano, foram visitados um total de 62 unidades de saúde. “O Centro de Parto Normal (CPN), que fica na Mansão do Caminho, em Pau da Lima, é o nosso paradigma de atuação na execução dos serviços na Rede Cegonha. O acolhimento e a humanização do CPN é a meta que pretendemos alcançar não só na capital, como no interior do estado’, destacou a promotora de Justiça. Ela ressaltou que é imprescindível que a gestante seja vinculada à unidade de referência do parto logo no início da gestação. “A maternidade deve garantir equipe multiprofissional composta por enfermeiro e assistente social ou psicólogo, entre outros profissionais, além de realizar palestras que abordem temas como fluxo de atendimento na unidade, vantagens do parto normal e sinais de trabalho de parto”.
Durante a reunião, os gestores das unidades de saúde apresentaram problemas detectados no atendimento às gestantes e a assistente social do MP, Candice Lisboa, apresentou os questionários aplicados nas fiscalizações às maternidades, que identificaram, por exemplo, se as unidades realizam captação precoce das gestantes, no mínimo sete consultas de pré-natal e se a gestante com sífilis é tratada pela equipe. “Temos o MP próximo da gente e precisamos aproveitar essa proposta do ‘Rede Cegonha’ para melhorarmos o pré-natal e a assistência ao parto”, afirmou José Carlos Gaspar, médico obstetra responsável pelo CPN da Mansão do Caminho.