O Ministério Público do Estado da Bahia vai investigar os crimes cometidos contra mulheres que sofreram ataques pessoais, discriminação e ameaças em razão de terem criado no Facebook um grupo contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A página “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, criada por uma baiana, teve grande adesão e repercussão – atraindo mais de 2 milhões e meio de participantes em menos de 72 horas, na semana passada.
A procuradora-geral de Justiça, Ediene Lousado, recebeu, na terça-feira (18), em seu gabinete, as criadoras e participantes do grupo que tiveram suas contas pessoais nas redes sociais, endereço de e-mail e até o telefone celular invadidos por hackers.
A publicitária Ludimilla Teixeira, as advogadas Ana Clea Cordeiro e Juliana Borges, a jornalista Vanda Amorim, a defensora pública Mônica Aragão e a fotógrafa Sandra Andrade pediram o apoio do Ministério Público para a apuração e responsabilização criminal dos envolvidos nos ataques. Elas também relataram que estão sendo alvo de ameaças e discriminação.
“Depois de ter ficado indignada no sábado com a invasão e roubo do grupo #MulheresUnidasContraBolsonaro, do qual faço parte e fui excluída pelo hackeadores, tive um dia de esperança, por ver que duas instituições tão importantes para a garantia dos direitos e da democracia – Defensoria Bahia e Ministério Público do Estado da Bahia – estão atentas e dispostas a apoiar a luta pela liberdade de expressão e de manifestação, assim como apurar o crime cibernético, com nuances eleitorais e de injúria”, escreveu Vanda Amorim nas redes sociais.
As denúncias das vítimas serão encaminhadas aos Núcleos de Combate aos Crimes Cibernéticos (Nucciber) e de Apoio às Promotorias de Justiça Eleitorais (Nuel) e aos Grupos de Atuação Especial de Defesa da Mulher (Gedem) e de Combate à Discriminação (Gedhdis).
Por Henrique Brinco