O Ministério Público da Bahia (MP-BA), na pessoa da promotora de Justiça Sara Gama, que coordena o Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres, acolheu a denúncia da vereadora Ireuda Silva (Republicanos), alvo de agressão racista e machista após votação do reajuste dos professores, no último dia 12. Como diz a vereadora, o órgão investigará o ocorrido e tomará todas as medidas cabíveis.
A ação cita atos de violência moral, física e psicológica. “O Ministério Público tem demonstrado agilidade e comprometimento ao analisar o caso e não tenho dúvida de que a justiça será feita. Todas as mulheres que sofrem violência podem procurar o órgão, que tem uma atuação exemplar na rede de proteção à mulher”, disse Ireuda.
Na terça-feira (27), a vereadora participou do programa “Bahia Notícias no Ar”, na rádio Salvador FM. Aos apresentadores Maurício Leiro e Rebeca Menezes, falou sobre as agressões e afirmou que irá até o fim na busca por justiça.
“É muito duro, não é coisa fácil. Vou até o fim, aonde precisar eu vou. O que for possível eu vou fazer, porque não se pode mais aceitar. Isso só vai mudar quando começar a doer na pele, independentemente da cor que ela tenha”, pontuou.
A republicana também cobrou mais compromisso do poder público e da Justiça no combate ao racismo e à violência contra a mulher: “É preciso haver uma delegacia específica para o caso, com pessoas que tenham condições de discutir o assunto e resolver. As coisas caem no esquecimento. Só esse que aconteceu comigo que está tendo uma maior durabilidade”.
Relembre o caso
A vereadora Ireuda Silva, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, foi atacada moral e fisicamente por servidores da educação após a aprovação do reajuste de 8% nos salários. O projeto de lei do Executivo foi aprovado por unanimidade, em acordo entre governistas e oposição, que votou unida a favor da matéria. Houve frases racistas e machistas disparadas contra Ireuda, como relembra a própria vereadora.
O presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB), bem como dezenas de colegas e outros políticos, expressou profundo repúdio ao ocorrido e prometeu tomar as medidas cabíveis: “Os professores sempre exigem. Se exigem respeito, precisam respeitar. Isso não foi feito por professores. Na próxima votação, vou mandar reforçar a segurança. Nenhum vereador pode ser agredido pela forma de votar”.
O deputado federal e presidente do Republicanos Bahia, Márcio Marinho, foi o primeiro a se posicionar: “A família republicana presta total apoio à vereadora Ireuda Silva, que foi tratada com hostilidade, na tarde de ontem, após uma votação na Câmara Municipal. Lembramos que o respeito ao ser humano não deve ser esquecido diante de qualquer luta ou reivindicação”, disse, em nota.
A deputada federal Rogéria Santos (Republicanos) se disse “profundamente indignada e consternada com o terrível episódio de hostilidade e agressão sofrido pela vereadora Ireuda Silva. É inadmissível que colegas parlamentares sejam alvo de violência por praticarem seu papel democrático. A violência nunca será a resposta. Devemos lutar juntos por um ambiente público seguro!”.