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quarta-feira 23 de agosto de 2023 às 11:50h

Movimento reúne catadores e catadoras em Brasília para debater questões ligadas a reciclagem

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O 1º Encontro Nacional “Eu Sou Catador”, que contará com a participação de representantes do governo e de vários setores da sociedade civil, discute a importância da inclusão social e produtiva da categoria entre os dias 23 e 25 de agosto

Inclusão social, este é o tema que vai guiar os debates do 1º Encontro Nacional “Eu Sou Catador”, que acontece em Brasília nos dias 23,24 e 25 de agosto. O evento é organizado pelo Movimento Nacional Eu Sou Catador (Mesc), formado por catadores e catadoras de materiais recicláveis de associações, cooperativas, lixões e ruas que representa a categoria em diálogos com o setor público e privado, empoderando os catadores e catadoras de materiais recicláveis do Brasil.

O evento contará com a presença da Ministra do Meio Ambiente marina Silva, Marina Silva; do secretária da Economia Verde, descarbonizada e Bioindustria; representando o presidente em exercício Geraldo Alkimin; do Secretária Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho; do Secretário de Estado do Meio Ambiente, Gutemberg Gomes, além de representantes do Ministério da Mulher, Cidades, Sebrae e Defensoria Publica da União, dentre outras autoridades.

O objetivo do encontro é debater temas importantes no cenário atual do setor de reciclagem no Brasil e sua relação com catadoras e catadores, como garantir condições adequadas de trabalho e renda aos trabalhadores do setor, a importância da realização de um diagnóstico nacional da categoria e ainda os desafios da inclusão de catadores e catadoras no atual marco legal.

Segundo Tião Santos, presidente do Movimento Nacional Eu Sou Catador e um dos organizadores do evento o atual cenário da reciclagem no Brasil é caótico. O Movimento Nacional dos Catadores e das Catadoras de Materiais Recicláveis considera que o Brasil tem cerca de 800 mil catadores e catadoras no Brasil, sendo que em mais da metade dos casos a catação é a forma de sustento da família. Com a falta de inclusão social da categoria, as condições de vida e trabalho tendem a piorar com o passar o tempo.

“Infelizmente a reciclagem no nosso país nasce da pobreza da exclusão social e econômica. Cerca de 60% dos catadores no Brasil ainda vivem nos lixões e os outros 35% vivem de forma desumana. Precisamos avançar e romper com o paradigma de que reciclagem é coisa de gente pobre. A reciclagem é um avanço de consciência, da responsabilidade ambiental de uma sociedade justa, igualitária e contribui com os 17 Objetivos da ONU”, afirma o ex-catador.

Os organizadores consideram extremamente importante a realização do encontro, especialmente em Brasilia, para levantar a discussão do problema de política pública e a inclusão do catador e o papel dos municípios no tratamento dos resíduos. “É necessário que o governo tenha um olhar diferenciado para o cuidado com os catadores de recicláveis no país para formular, junto com a categoria, estratégias que construam uma nova cultura na cadeia da reciclagem, com a participação ativa da sociedade, poder público e setor privado, trazendo, por meio da participação, a garantia da geração de renda, inclusão socioeconômica e empoderamento da categoria”, completa Tião Santos.

Programação

O 1º Encontro Nacional do MESC será dividido em três dias. No primeiro, o destaque fica para a solenidade de abertura, com a presença de ministros de Estado de pastas como Meio Ambiente, Cidades, Direitos Humanos e Cidadania, Desenvolvimento Social e Trabalho e Emprego, além de outras autoridades. Ainda no primeiro dia, acontecerá um coquetel de boas-vindas, onde serão assinados Termos de Cooperação entre o MESC e diversas entidades, como Associação Brasileira de Municípios, Fundação Banco do Brasil, Rede Sul, Rede Recicla Bahia, Rede Alternativa, Movimento Limpa Brasil e Rede Papel

Solidário

Nos dias subsequentes, serão ministradas palestras e mesas de debate, com a participação de líderes populares, representantes de entidades ligadas ao setor e de patrocinadores do evento, como Thais Fagury, da Prolata, Valéria Michel, da Tetrapak, Jessica Doumit, da eureciclo, Dione Manetti, da PRAGMA, Fernando Bernardes, da Central de Custódia, Remy Gorga Neto, do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/DF) e Márcio Lopes de Freitas, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Além dos patrocinadores com participação nos debates, o programa de logística reversa Mãos para o Futuro e o CRUB também apoiam o evento.

Eu Sou Catador

O Movimento Nacional Eu Sou Catador (Mesc) surgiu no final dos anos 1990, quando as lideranças dos catadores integrantes da antiga Cooperativa de Catadores do Aterro de Gramacho, que evoluiu para um movimento de abrangência nacional, dedicado a promover a valorização e o reconhecimento dos catadores de materiais recicláveis em todo o país. O Mesc busca melhorar as condições de trabalho dos catadores, promovendo a sua organização e representação, bem como buscando parcerias e políticas públicas que beneficiem a categoria.

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