Após as controvérsias envolvendo a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades no Brasil, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que os estados que continuarem a vacinação na faixa etária entre 12 e 17 anos, mesmo com as orientações do Ministério da Saúde, devem assumir os riscos.
“Tem estado que está parando (a vacinação), outros continuando. Cada um arca com as consequências se, a posteriori, acontecer algum fato negativo. Acho que é melhor esclarecer a situação. Deixar a ciência definir o assunto”, disse.
O vice-presidente ainda argumentou que não está faltando vacina. O que existe, segundo ele, são controvérsias em relação às vacinas de RNA mensageiro para adolescentes. “Tem que haver mais uma definição da área médica. No exterior ainda há muita controvésia. Imediatamente politizam o tema, mas é um assunto técnico”, ressaltou
Quando perguntado se a Anvisa foi pega de surpresa com a recomendação do Ministério da Saúde de suspender a vacinação, ele se limitou a dizer que o MS tem competência para tomar decisões. “Tem gente capacitada para isso. Vamos aguardar os esclarecimentos. É uma questão científica”, reforçou.
Bolsonaro
Em relaçao às pesquisas que mostram alta da popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Mourão diz que ainda é muito cedo para avaliar o cenário. “Ainda tem muita coisa para acontecer.”
Já sobre o fato de Jair Bolsonaro não se vacinar contra a covid-19 para comparecer à Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Mourão destacou que o presidente terá que passar por exame obrigatório para participar do evento. “Obviamente, chefes de Estado têm tratamento diferenciado da delegação. O importante é que ele vai defender as propostas do nosso governo no âmbito internacional”, afirmou o vice-presidente.
Mourão disse que não conversou com o presidente sobre o teor do discurso, mas deixou claro que “obviamente” abordará questões ambientais. Mourão destacou ainda que Bolsonaro está sendo orientado pelo almirante Flávio Augusto Viana Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos do Palácio do Planalto, e o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França.