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quinta-feira 12 de setembro de 2019 às 07:08h

Mourão: Bolsonaro mandou Paulo Guedes demitir Cintra

POLÍTICA


Durante coletiva de imprensa na tarde desta última quarta-feira (11) no Palácio do Planalto, o presidente interino Hamilton Mourão afirmou que a demissão do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, foi uma decisão do presidente Jair Bolsonaro. Ele reafirmou que a discussão sobre o CPMF tornou-se ‘pública demais’, antes mesmo de o presidente Jair Bolsonaro emitir uma opinião sobre o assunto.

“Foi decisão do presidente. A questão do imposto de transação financeira, que o presidente não tem nenhuma decisão a esse respeito e acha que a discussão se tornou pública demais antes de passar por ele, antes de ter sido discutido com ele. Esse troço transbordou e foi discutido em rede social e o presidente não gostou. O presidente também não é fã desse imposto”, emendou Mourão.

O chefe do executivo em exercício disse ainda que chegou a se reunir com Guedes e falaram sobre o assunto. “Você já ouviu falar sobre a solidão de comando? Pois é. Tanto eu, quanto o Guedes padecemos disso aí. Ano passado, durante a campanha, a gente sempre se encontrava para almoçar. Fazia tempo que a gente não conseguia fazer isso. Aí hoje, eu estava lá no RCG, ele me ligou e fomos almoçar. Falamos sobre o assunto. Ele compartilhou a angústia com essa situação e eu disse: Vamos aguardar a decisão do presidente. Aí veio a decisão do presidente”. “O ministro Guedes cumpre as orientações do presidente”, acrescentou.

Sobre a insatisfação anterior do governo com Cintra, que dava declarações que se contrapunham contra o próprio presidente Bolsonaro, Mourão disse que não chegou a discutir com o presidente, mas que considera Cintra extremamente comprometido e competente.

“Nunca discuti isso com o presidente, então não posso responder dessa forma. Eu considero o professor Marcos Cintra extremamente comprometido, competente. Ele tem as ideias dele. É óbvio, cada um de nós que tem as suas ideias tem que defender até a decisão do decisor. Pode até parecer pleonasmo, mas é dessa forma que eu vejo as coisas. Tem que discutir, buscar, apresentar argumentos para aquilo que você acha mais correto até a hora que quem tem a responsabilidade por decidir, tomar a sua decisão e a partir daí aquela passa a ser a nossa decisão”.

Questionado se Bolsonaro precisa ser convencido sobre o imposto, uma vez que até mesmo Paulo Guedes o defende, Mourão disse que há um desgaste prematuro em certos assuntos do governo: “Isso tem que ser discutido. Vamos supor que o governo considere que tem que encaminhar ao Congresso. Quem é que vai decidir?O Congresso. Se o Congresso quiser vai ocorrer, se não, não vai ocorrer. A gente se desgasta prematuramente em alguns assuntos, deixa a turma discutir, vamos somar os números aí, chegar a conclusão do que é melhor”, ponderou.

Mais cedo, Bolsonaro afirmou por meio do Twitter que Marcos Cintra foi demitido da Receita Federal por tentar recriar a antiga CPMF. O chefe do executivo disse ainda que a demissão aconteceu por divergências no projeto da reforma tributária.

Segundo o exposto, a criação de novos impostos também está fora do radar do governo.

Em nota, o Ministério da Economia comunicou que a saída foi um pedido do próprio secretário e esclareceu que ainda não há um projeto de reforma tributária finalizado.

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