Com mais de 50 mil vítimas, os EUA lideram os países que mais registraram óbitos pela covid-19, seguido por Itália, com 26.384, Espanha, com 22.902 mortos, França, com 22.245, e Reino Unido, com 20.319.
Ao passo que a pandemia se alastra, a ONU une esforços internacionais para encontrar uma vacina acessível a todos, a única maneira de conter a pandemia, que também afunda as economias.
Superar a atual pandemia, que força metade da população a ficar confinada e expõe o planeta a uma recessão sem precedentes, representará o “maior esforço de saúde pública da história”, disse na sexta-feira o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.
As vacinas devem ser seguras, acessíveis e disponíveis para todos, enfatizou Guterres em uma reunião virtual, na qual participaram os líderes da França e da Alemanha, mas não os da China, berço da pandemia, nem dos Estados Unidos, que acusam a OMS de não agir suficientemente cedo sobre a crise.
E, neste sábado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que não há provas de que pessoas que testaram positivo para a covid-19 estejam imunizadas, considerando que os chamados “passaportes de imunidade” podem favorecer a propagação da pandemia.
“Não há, neste momento, provas de que as pessoas que se curaram da COVID-19 e que têm anticorpos estejam imunizadas para uma segunda infecção”, apontou em comunicado.
Enquanto na Europa a curva de contágio parece entrar em uma fase descendente e na América Latina em uma ascendente, a OMS lançou uma “colaboração histórica” para acelerar a produção de vacinas e tratamentos contra a covid-19, explicou seu diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A corrida já começou nos laboratórios, com meia dúzia de ensaios clínicos, especialmente no Reino Unido e na Alemanha.
No entanto, uma catástrofe esconde outra: cerca de 400.000 pessoas podem morrer neste ano de malária devido aos problemas de distribuição de mosquiteiros e medicamentos que o coronavírus está causando, alertou a OMS.
No Zimbábue, o número de casos de malária aumentou quase 50% em comparação com o ano passado.
Segunda onda
A iniciativa da ONU foi anunciada um dia após a consternação provocada pelo presidente americano, Donald Trump, ao sugerir que a covid-19 poderia ser tratada com desinfetante industrial.
Diante da comoção – especialistas e fabricantes foram rápidos em alertar contra esse experimento – o presidente garantiu mais tarde que falou “sarcasticamente”.
Os Estados Unidos, que registraram a primeira morte relacionada ao coronavírus no início de fevereiro, é o país mais afetado, com 9024.576 casos confirmados e 52.782 mortes.
A OMS continua insistindo que não é hora de baixar a guarda e que uma segunda onda pandêmica pode ocorrer a qualquer momento.
A Alemanha, um dos primeiros países da Europa a iniciar o desconfinamento, já se prepara com a construção pelo Exército de um hospital com mil leitos adicionais em Berlim.
A pandemia também continua devastando as economias, forçando as autoridades a tentar desenvolver planos para incentivar a recuperação rapidamente.
O colapso do petróleo, devido à falta de demanda causada pela desaceleração econômica ligada às medidas de confinamento, levou o barril venezuelano a US$ 9,9, seu nível mais baixo em duas décadas.
Mais de 26 milhões de americanos ficaram desempregados desde meados de março e, segundo previsões do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o PIB da primeira economia do mundo contrairá 12% no segundo trimestre do ano.
Trump assinou na sexta um novo plano de ajuda de US$ 483 bilhões para pequenas e médias empresas e hospitais.
Na Europa, os 27 são incapazes de chegar a um acordo sobre um vasto plano para impulsionar a economia.
E no setor do turismo, onde até 75 milhões de empregos estão ameaçados, os países do G20 se comprometeram na sexta-feira a “apoiar o impulso econômico”.