O ex-pontífice alemão Bento XVI, de 95 anos, morreu neste sábado (31). A morte foi confirmada pelo Vaticano. O papa emérito, nascido Joseph Ratzinger, se tornou em 2013 o primeiro pontífice a renunciar ao posto em seis séculos. Desde então ele vivia afastado do olhar público, em um mosteiro localizado nos jardins do Vaticano.
Após a renúncia, as poucas fotografias publicadas do papa mostravam o agravamento de sua saúde nos últimos anos. A saída de Bento XVI abriu o caminho para a eleição como sumo pontífice do argentino Jorge Mario Bergoglio, papa Francisco, que aos 86 anos também enfrenta problemas de saúde e, de forma velada, não descarta a possibilidade de renúncia.
Em abril deste ano, o arcebispo Georg Gaenswein, que foi secretário de Bento XVI durante vários anos, declarou ao Vatican News que o ex-pontífice estava “relativamente frágil”, mas de “bom humor”. Nesta quarta, o papa Francisco chegou a pedir orações para o seu antecessor.
“Eu gostaria de pedir a todos vocês uma oração especial pelo papa emérito Bento … porque ele está muito doente, pedindo ao Senhor que o console e o apoie”, disse Francisco durante a audiência geral.
No último vídeo de Bento XVI, divulgado pelo Vaticano em agosto deste ano por ocasião da tradicional visita dos novos cardeais, ele aparecia magro e debilitado, com um aparelho auditivo, incapaz de falar, mas com olhos vivos.
Nascido em 1927, Joseph Ratzinger foi professor de Teologia durante 25 anos na Alemanha, antes de ser nomeado arcebispo de Munique. Em seguida virou o guardião do dogma da Igreja Católica durante outros 25 anos em Roma. E foi eleito líder da instituição em abril de 2005, como sucessor do polonês João Paulo II.
Como principal nome da Igreja Católica defendeu uma linha conservadora em temas como aborto, homossexualidade e eutanásia. Algumas de suas declarações provocaram confusão, sobre o islã, o uso de preservativo contra o HIV ou a excomunhão de quatro bispos fundamentalistas em 2009.
Seu papado também foi marcado pelo vazamento em 2012 de documentos confidenciais (conhecidos como “Vatileaks”), planejado por seu mordomo. O escândalo evidenciou que Cúria romana, a administração da Santa Sé, estava minada por uma rede de intrigas e pela falta de rigor financeiro.
Sua renúncia, anunciada em latim em 11 de fevereiro de 2013, foi uma decisão pessoal motivada pela saúde debilitada e não à pressão dos escândalos, afirmou o ex-pontífice em um livro de memórias publicado em 201