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domingo 12 de fevereiro de 2023 às 20:02h

Aos 90 anos, morre o publicitário e jornalista Mauro Salles; ele foi um dos responsáveis pelas ‘Diretas Já’

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Morreu na noite do último sábado (11), aos 90 anos, de falência múltipla dos órgãos, o publicitário e jornalista Mauro Salles. Ele estava internado desde 4 de dezembro no Hospital Albert Einstein, onde foi sofreu falência múltipla dos órgãos.

Salles foi diretor de Jornalismo e de Programação no início das transmissões da TV ao O Globo, em 1965. Trabalhou no jornal O ao O Globo como repórter, em 1955, e foi responsável pela sucursal de São Paulo, em 1978.

Formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), ele começou no jornalismo no início dos anos 1950, no escritório da sucursal da revista norte-americana “Life”, no Rio de Janeiro.

Em 1954, trabalhou como repórter no jornal “O Mundo”, cobrindo política. No mesmo ano, foi convidado pelo dono do jornal, Geraldo Rocha, a integrar a equipe da recém-lançada revista em cores “O Mundo Ilustrado”. Reforçada com os trabalhos do fotógrafo alemão Egon Rosenberg, vindo da Kodak, e o françês Ives Mansie, contratado da Paris-Madison, a publicação se tornaria um sucesso. Chegou a alcançar a tiragem de 140 mil exemplares por semana.

Um ano depois, Salles pediu demissão da revista e aceitou convite de Roberto Marinho para trabalhar na Rio Gráfica Editora, onde criou um departamento de promoções e relações públicas.

Participou da cobertura do ao O Globo da posse do presidente Juscelino Kubitschek, em outubro de 1955. Na ocasião, emplacou uma imagem na primeira página do jornal ao fotografar a chegada de carregamentos de caviar do Irã e de lagostas do Maine (Estados Unidos) para o jantar da posse. A imagem gerou polêmica porque, na época, o Brasil se orgulhava de ser grande exportador de lagosta do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Salles também conseguiu transmitir, com exclusividade, a cerimônia das entregas de credenciais no salão nobre do Itamaraty. Depois da cobertura da posse, Salles se tornou repórter do ao O Globo. Permaneceu no jornal durante 11 anos e chegou a ser diretor de redação. Nesse período, também foi repórter e assessor de diretoria da Rádio ao O Globo.

Em 1961, licenciou-se durante dez meses para ser secretário do Conselho de Ministros do Gabinete Parlamentar do então ministro da Justiça Tancredo Neves. Em 1963, foi nomeado pelo presidente João Goulart chefe de gabinete do ministro da Indústria e do Comércio Antônio Balbino. Pouco depois, em uma crise do governo, Balbino se afastou do posto, e Salles foi nomeado ministro. O jornalista ocupou essa função por três meses e, em seguida, deixou o cargo.

Salles teve participação fundamental na concepção e no lançamento da TV ao O Globo, como diretor de jornalismo e diretor de programação, cargo que assumiu nas vésperas da inauguração da emissora, em 1965.

Enquanto diretor de programação, lançou o humorístico “Câmara Indiscreta”, versão brasileira do “Candid Camera” da TV americana. Dirigiu a atração até 1966, quando deixou a TV ao O Globo para fundar sua própria agência de propaganda, a Mauro Salles Publicidade.

Em 1977, ele aceitou o convite do senador João Calmon, presidente dos Diários Associados, para ser vice-presidente executivo do grupo, do qual fazia parte a TV Tupi. No ano seguinte, foi convidado por Roberto Marinho para retornar ao Grupo ao O Globo. Assumiu uma das vice-presidências do grupo, ficando responsável pela rede de televisão, pelas emissoras de rádio e pela sucursal do jornal O ao O Globo em São Paulo.

Deixou mais uma vez o grupo para se dedicar ao Latin America Daily Post, jornal de sua propriedade publicado em inglês. De 1978 a 1982, foi presidente do Conselho Curador da Fundação Cásper Libero, com responsabilidade na direção da TV Gazeta, da Rádio Gazeta e do jornal Gazeta Esportiva. Liderou, em 1980, a criação do Código de Ética da Publicidade Brasileira.

Em 1984, coordenou a campanha de Tancredo Neves à Presidência da República. Depois da eleição no colégio eleitoral, chegou a ser nomeado secretário para assuntos extraordinários da Presidência, mas não assumiu devido à morte de Tancredo.

O publicitário e colunista do ao O Globo Washington Olivetto, cuja família é muito próxima à de Salles, lamentou a morte do amigo.

— Conheci Mauro Salles ainda menino. Mauro foi, obviamente, o meu professor, de publicidade e de vida — declarou Olivetto.

Salles deixa sua mulher Tereza, três filhos, dez netos e dez bisnetos.

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