Segundo Naum Giló, do Correio Brazilinese, a capital federal perde um de seus pioneiros. Geraldo Resende morreu no início neste domingo (2), aos 90 anos, em decorrência de complicações do Alzheimer. Muito conhecido pela comunidade da Vila Planalto, Geraldo era de acordo com o jornal, dono do primeiro armazém do Plano Piloto, que anos depois viria a ser chamado de Armazém do Geraldo.
Ele é um dos principais personagens do livro Vizinhos do poder: história e memória da Vila Planalto, de Leiliane Rebouças. “Era um pioneiro muito importante da nossa vila. Estamos todos muito chocados e tristes”, lamenta Rebouças.
Nascido em 14 de agosto de 1932, no município de São João Del Rey (MG), decidiu embarcar na aventura de vir para Brasília ainda antes da fundação, em janeiro de 1957, depois de ouvir na Rádio Nacional que uma nova capital estava sendo erguida no Brasil central.
Foi de trem até Anápolis (GO) e depois pegou carona na carroceria de um caminhão que trazia materiais de construção para a cidade. Geraldo trabalhou na construção do Palácio da Alvorada, o primeiro edifício de Brasília. No acampamento da Rabello, construtora responsável pela obra, foi o escolhido para cuidar do armazém de secos e molhados. “Coincidentemente, a morte dele vem logo depois da comemoração do aniversário do palácio do qual ele participou da construção”, observa Leiliane.
Geraldo tomou gosto pela atividade do armazém e, em 1961, já era dono do próprio estabelecimento, o primeiro da nova capital. Na Vila Planalto, era conhecido por toda a comunidade pela humildade, simplicidade e generosidade — vendia fiado para clientes mais pobres.
A história do pioneiro é contada no livro Cartas para Heitor, escrito por ele mesmo. Geraldo Resende era casado com a professora pioneira Iza Resende, com quem teve quatro filhos: Heitor, Helder, Adriana e Júnior.
O velório será nesta segunda-feira (3), das 13h30 às 15h30, na Capela 1 do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O sepultamento será às 16h.