O ex-juiz federal Sergio Moro (Podemos) se manifestou em favor da exigência do comprovante de “vacinação de quem ingressa no país”, plano que não agrada ao presidente Jair Bolsonaro (PL), contrário à necessidade de apresentação do documento, informa O Globo.
Moro divulgou sua posição nas redes sociais, em publicação acompanhada de uma notícia que trazia um alerta do diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a demora do governo em condicionar o ingresso de estrangeiros no país à comprovação da imunização.
O Brasil já tem ao menos dois casos confirmados de infecção pela nova variante da Covid-19, em São Paulo, um em observação, no Distrito Federal, e outro suspeito no Rio de Janeiro. Os infectados pela Ômicron estavam em viagem no exterior e retornaram ao Brasil na semana passada.
Na última quinta-feira, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, decalrou que não vê necessidade em exigir vacina para quem entra no país.
“Acho que não tem que aceitar. Não precisa (exigir comprovante de vacinação). A vacina não impede a transmissão da doença. Essa é uma posição do ministro da Justiça”, disse em conversa com jornalistas. A posição de Torres é alinhada com o governo federal.
Na noite dessa terça-feira, representantes do governo e da Anvisa se reuniram para discutir medidas contra a variante Ômicron. O encontro aconteceu na Casa Civil e debateu, entre outros assuntos, as recomendações para exigência do certificado de vacinação contra a Covid-19 e para barrar a entrada no país de viajantes de mais quatro países africanos.
A Anvisa defendeu que o governo suspendesse a entrada de viajantes de Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. O Brasil já proibiu a entrada de pessoas vindas da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. O governo não se pronunciou sobre outra recomendação da Anvisa, sobre a obrigatoriedade de vacinação para entrada no Brasil por ar e por terra, e decidiu esperar novas informações antes de adotar outras medidas em relação à Covid-19.