O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (União) afirmou nesta quarta-feira (20) que nenhum destino está descartado e admitiu a hipótese de não ser candidato a nenhum cargo nas próximas eleições. Apesar disso, mesmo sendo questionado diversas vezes sobre o assunto, ele não afirmou ter desistido definitivamente da candidatura ao Palácio do Planalto.
As declarações de Moro foram dadas em entrevista à “CNN Brasil”. À emissora, o ex-juiz afirmou que somente seu capital político não seria suficiente para fazer com quem ele vencesse a batalha contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Eu coloco meu capital político à disposição para construir esse centro democrático. Eu somente com o capital político não daria certo. Essa foi minha avaliação. Daí a necessidade de fazer um movimento. E, veja: todo mundo cobrava dos candidatos da terceira via esse desprendimento”, disse, sobre ter recuado da candidatura à Presidência da República.
Apesar disso, ele afirma que seu projeto é nacional e por diversas vezes disse que não desistiu, mas deu um passo atrás. Seu partido, o União Brasil, escolheu Luciano Bivar como pré-candidato para a próxima fase dos debates com PSDB, MDB e Cidadania, que buscam um nome único ao Planalto.
“Tudo é póssível. Eu me coloquei aqui naquela situação que acho que todos esses pré-candidatos a Presidência da República deveriam se colocar. De desprendimento, porque a gente tem que construir um cenário de união nacional pra que a gente possa vencer os extremos. Não está descartada nenhuma situação. Eu posso, inclusive, não concorrer a nada. Eu não vivo da política”, disse o ex-juiz, que já falou algumas vezes que não pretende disputar uma cadeira de deputado federal. Ele também dizia que não desistiria da presidência.
Hoje, Luciano Bivar, Simone Tebet (MDB) e João Doria (PSDB) disputam a preferência do grupo como candidatos oficiais. Eduardo Leite, derrotado pelo governador de São Paulo nas prévias, corre por fora e tenta manter a candidatura. Moro, da mesma forma. Segundo ele, aparentemente a situação enfrentada lá atrás, quando ninguém queria abrir mão da candidatura, continua ocorrendo.
“O que eu dizia sempre é que meu objetivo era construir esse centro democrático. Então, o que a gente via? Ninguém recuava, ninguém fazia nada. E, aparentemente, essa situação de certa maneira permanece. A gente tem que construir algo diferente pra tentar romper a polarização, afirmou.