O deputado federal Alessandro Molon (PSB) acusou o PT de “fogo amigo” por, segundo ele, pressionar o partido a qual pertence para retirar dinheiro de sua campanha ao Senado neste ano. Em entrevista à revista Veja, o parlamentar afirmou que considera a medida um “grave erro” e trabalha para que isso não ocorra.
Durante a pré-campanha, Molon teve embates com o PT, no Rio, pela definição de um nome em parceria com PSB ao Senado.
“Houve essa pressão, um grave erro, mas não sei ainda o que vai acontecer. A direção nacional do PSB não tomou uma decisão. Estou falando com eles para tentar reverter a tendência de que [isso] ocorra e, enquanto isso, para não ficar de mãos vazias nem ser pego de surpresa, lancei uma vaquinha, angariando doações”, disse Molon.
O Rio de Janeiro foi o último estado em que ainda havia um entrave entre os dois partidos que compõem a chapa principal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo os petistas, havia um acordo firmado previamente: o candidato ao Senado seria indicado pelo PT em troca de Lula endossar o nome de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do estado.
Molon, porém, voltou a negar que esse acordo existiu. “Essa história vem à tona o tempo todo, é verdade, mas eu, como presidente estadual do PSB no Rio, garanto que jamais falamos nesses termos”, afirmou. O candidato ao Senado já havia dado declaração no mesmo sentido durante coletiva de imprensa no início deste mês.
“O próprio Carlos Siqueira, presidente nacional da legenda, me autorizou a dizer que em nenhum momento firmou acordo dessa natureza com o PT. A turma que afirma tal coisa precisa esclarecer em que reunião se tratou do tema e quem assumiu, afinal, esse compromisso”, disse o deputado federal a Veja.
Mas repito: gastar tempo para asfixiar a candidatura de um aliado é um erro estratégico. Recebo ataques nas redes que não vêm de bolsonaristas, não. Tem gente do PT ali que age para me desqualificar. É fogo amigo. Deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ)
O UOL entrou em contato com PT e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmannn, para comentar as declarações de Molon, e aguarda retorno.
Petistas falam em acordo
O Rio foi o último estado em que ainda havia um entrave entre os dois partidos que compõem a chapa principal de Lula. Segundo os petistas, havia um acordo firmado previamente que, em contrapartida de o ex-presidente apoiar Freixo, o candidato ao Senado seria indicado pelo PT.
Embora o apoio a Freixo já estivesse selado, inclusive com visita e palanque junto a Lula no mês passado, a insistência do lançamento da candidatura de Molon foi vista como uma quebra no acordo entre as duas siglas.
Molon sofreu pressão dentro do próprio partido para que desistisse da candidatura ao Senado, visando manter a aliança com o PT intacta. No entanto, o deputado garantiu que estará no palanque com Freixo, mesmo sem apoio do PT.