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domingo 1 de janeiro de 2023 às 15:41h

Ministros do primeiro governo Lula alternaram ascensões e quedas na política

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Alavancados nacionalmente no primeiro governo Lula (PT), políticos que fizeram parte do Ministério empossado em 2003 tiveram trajetórias variadas ao longo das duas últimas décadas. Segundo Chico Otavio, do jornal O Globo, enquanto parte da primeira leva de ministros, com nomes como José Dirceu e Antonio Palocci, foi envolvida em casos de corrupção como o mensalão e a Lava-Jato, outros integrantes chegaram a se eleger para governos estaduais e até à Presidência, caso da petista Dilma Rousseff, sucessora de Lula.

Entre os que viram a carreira política naufragar após virarem ministros, um dos exemplos marcantes é Dirceu, ex-chefe da Casa Civil que foi preso duas vezes e acumulou um total de 31 anos em condenações. Dirceu foi solto em 2019 após o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar seu entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância.

Além de Dirceu, exonerado em 2005 após a descoberta do mensalão, outro ministro que tinha prestígio com Lula até ser demitido no primeiro mandato foi Palocci, titular da Fazenda. Envolvido na CPI dos Bingos, ele foi acusado de quebrar ilegalmente o sigilo bancário de um caseiro que o havia citado em um suposto recebimento de propina. Palocci, anos depois, fez acordo de delação premiada com a Lava-Jato com acusações a lideranças petistas, incluindo Lula, com quem rompeu relações.

Dilma, ex-ministra de Minas e Energia, de 2003 a 2005, e chefe da Casa Civil até 2010, elegeu-se presidente naquele ano e se reelegeu em 2014. Perdeu o cargo em 2015, após um processo de impeachment sob a acusação de ter praticado as chamadas “pedaladas fiscais” —atrasar repasses obrigatórios a bancos públicos de recursos para pagamento de benefícios sociais. Depois disso, Dilma concorreu em 2018 a uma vaga ao Senado por Minas Gerais, mas não conseguiu se eleger.

Para o cientista político Jairo Nicolau, da FGV, uma semelhança entre o Ministério formado por Lula em 2003 e o atual está na questão sucessória. A tendência, segundo Nicolau, é que o candidato em 2026 saia da composição atual do governo, assim como na ascensão de Dilma em 2010.

— Mas há agora um componente diferente, já que Lula abriu caminho para uma nova geração de petistas e incluiu três ex-presidenciáveis no Ministério: Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Marina Silva — observou.

Dos três ministros do primeiro mandato de Lula que se tornaram governadores, dois estão hoje afastados de disputas eleitorais: Agnelo Queiroz, ex-titular do Esporte, que depois administrou o Distrito Federal, e Tarso Genro, ministro da Educação e depois titular do governo do Rio Grande do Sul. Já Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, será líder da gestão Lula no Senado e viu seu candidato ao governo baiano, Jerônimo Rodrigues (PT), se eleger este ano.

Marina, nomeada no Meio Ambiente no primeiro governo Lula, se reconciliou com o petista nesta campanha, após anos de afastamento, e assume a mesma pasta. Já o também ex-ministro Ciro Gomes, que comandou a pasta da Integração Nacional, concorreu de novo à Presidência este ano pelo PDT e atravessou a campanha atacando Lula e o PT.

Entre os ex-ministros de 2003 que enfrentaram problemas judiciais estão Anderson Adauto, indicado à época pelo PL para a pasta dos Transportes, e depois envolvido no mensalão; e Guido Mantega, ex-ministro do Planejamento e sucessor de Palocci na Fazenda, alvo de prisão temporária na Lava-Jato.

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