Ministros do governo Lula que antes viam Flávio Dino como franco favorito para o Supremo Tribunal Federal (STF) mudaram de avaliação, registra a colunista Bela Megale, do O Globo.
A articulação de senadores do centrão e da direita contra a indicação do ministro da Justiça teria feito, de acordo com Megale, que Lula reavaliasse sua escolha para a corte, ‘segundo membros do governo’, diz a colunista.
Na semana passada, o indicado pelo presidente à Defensoria Pública da União (DPU) não foi aprovado pelo Senado. A Casa é a mesma que precisa chancelar o indicado de Lula ao Supremo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a rejeição era um recado para Lula sobre a possível indicação de Flávio Dino.
Integrantes do governo passaram a avaliar que Lula pode deixar a escolha do Supremo para 2024. Em um café com jornalistas, na sexta-feira passada, porém, o presidente disse que faria a indicação para a corte ainda neste ano.
No mesmo encontro, Lula levantou dúvidas sobre a escolha do nome de Dino.
— Eu fico pensando, onde o Flávio Dino será mais justo e melhor para o Brasil? Na Suprema Corte ou no Ministério da Justiça? Aí tem outra questão que eu fico pensando, onde ele será mais justo?”, disse o petista.
O senador Davi Alcolumbre (União-AP) também enviou recados de que, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), demoraria a pautar a indicação de Dino.
Em um encontro casual, em setembro, o ministro da Justiça disse a Alcolumbre para não lhe “querer mal”. O senador respondeu que o problema de Dino não seria ele. “É o PT”, respondeu Alcolumbre, referindo-se à resistência que o ministro enfrenta em uma ala do partido de Lula.