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sábado 18 de março de 2023 às 16:18h

Ministros da Fazenda da América Latina se reúnem na assembleia anual do BID

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Os ministros da Fazenda dos países da América Latina e Caribe se reúnem neste sábado (18), no Panamá, para assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), após uma semana bastante difícil para o sistema bancário de Estados Unidos e Europa.

O novo presidente do BID, o brasileiro de origem israelense Ilan Goldfajn, discursa agora à tarde perante os governadores dos 48 países-membros do Banco, em sua maioria ministros da Fazenda, que depois se reunirão a portas fechadas.

A assembleia do BID, que termina no domingo, começou na quinta-feira com debates de autoridades, empresários e especialistas sobre o combate à pobreza e à mudança climática. Esse encontro acontece em meio a preocupações relacionadas com a falência de três bancos nos Estados Unidos, incluindo o Silicon Valley Bank, assim como com as dificuldades no First Republic americano e no suíço Credit Suisse Suíço, cujas ações despencaram na semana que passou.

Nesses fóruns, que continuaram na sexta-feira, as tempestades no sistema bancário dos Estados Unidos e da Europa não foram abordadas, mas Goldfajn antecipou que os temas de “conjuntura” seriam abordados pelos governadores do BID em suas deliberações a portas fechadas.

Existe a preocupação de que essa turbulência possa afetar a América Latina e o Caribe, já que o colapso de três bancos em menos de uma semana nos Estados Unidos marca as piores falências desde a crise financeira de 2008.

“É preciso estar atento, porque nos mercados financeiros o contágio pode ser muito rápido”, disse à AFP o ministro chileno das Finanças, Mario Marcel.

“As reações do mercado podem chegar aos nossos países. De fato, os preços das matérias-primas nos últimos dias estiveram caindo e, quando as matérias-primas caem, isso desvaloriza nossas próprias moedas”, acrescentou.

Marcel explicou que “na medida em que as intervenções dos bancos centrais forem eficazes, isso pode ir mudando, mas desde que não apareçam outros tipos de situações complexas”.

 “Projeto regional amazônico”

Goldfajn e ministros latino-americanos, assim como os delegados não regionais do Banco (há vários de países europeus), tiveram reuniões bilaterais, ou em grupo, para falar de cooperação e de outros assuntos.

Além disso, Goldfajn liderou uma reunião com ministros de países amazônicos e doadores para buscar formas de financiar programas de conservação nessa região.

“É hora de aumentar a ambição, até o nível que a Amazônia exige”, declarou o presidente da instituição nessa reunião, segundo um comunicado.

“Nosso objetivo é estabelecer um projeto regional amazônico, um marco geral para intervenções ambiciosas e intersetoriais que tenham um impacto duradouro na região amazônica”, acrescentou.

Goldfajn, que insistiu no Panamá que a ação em nível nacional não é suficiente para proteger o meio ambiente, comprometeu-se a “promover a integração regional para melhorar a coordenação e a coerência” para proteger uma floresta que “se estende por oito países e sua conservação afeta todo o planeta”.

Ele também prometeu apoio a investimentos e políticas “para fechar a lacuna de conectividade, promover negócios e garantir a inclusão” na Amazônia, além de “liderar um diálogo próximo com os povos indígenas, comunidades locais e afrodescendentes”.

“Temos que colaborar com todos os países vizinhos, atuando como um integrador regional para a Amazônia, e confiamos no BID para isso”, disse a ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil e governadora do BID, Simone Tebet, citada no comunicado.

Criado em 1959 e com sede em Washington, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para a região e, nessa assembleia, alguns países assinaram contratos de crédito com o Banco.

Da reunião deste ano participa o candidato indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para dirigir o Banco Mundial, Ajay Banga, que acaba de chegar por uma viagem por África e Europa. Tradicionalmente, o candidato indicado por Washington se torna o novo presidente do Banco Mundial.

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